Protocolo de identificação do paciente com transtorno mental na fase aguda e uma pulseira fotográfica como ferramenta inovadora

Publication year: 2019

O estudo versou sobre a identificação, como meta de segurança, do paciente com transtorno mental na fase aguda, entendendo esta situação como geradora de risco, principalmente pela especificidade desta clientela. Para tanto, traçou-se como objetivo geral: elaborar um protocolo para a correta identificação do paciente com transtorno mental na fase aguda. Foi um estudo exploratório, com abordagem qualitativa e os métodos para a coleta de dados foram divididos em três fases. O estudo foi inserido na Plataforma Brasil sob o Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) 96664318.0.0000.5285 e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) pelo Parecer n° 2.854.164. Inicialmente, foi realizada uma revisão integrativa com o intuito de verificar o processo de identificação e a assistência em saúde dos portadores de transtornos mentais, considerando-se a temática da segurança do paciente. Obtiveram-se estudos, com base nos critérios de inclusão, os quais foram analisados, porém nenhum deles se remeteu à identificação propriamente dita. Posteriormente, os profissionais especialistas na área de segurança do paciente foram abordados por meio de um questionário elaborado no Google Forms®, via aplicativo multiplataforma de mensagens instantâneas, onde a experiência individual e as orientações acerca da correta identificação de forma geral foram consideradas. Por fim, foi realizado um grupo focal com enfermeiros especialistas em saúde mental, para compreender como é realizada a identificação deste paciente dentro de unidades psiquiátricas, no cotidiano da prática. A análise de dados ocorreu de forma descritiva, de modo que as diferentes fases percorridas no estudo foram consideradas e comparadas entre si. A falha na comunicação e alteração do nível de consciência dos pacientes foram apontadas em todas as fases, evidenciando estes fatores como uma barreira importante para a correta identificação desta clientela. O estigma sofrido por este indivíduo também foi citado, mas não considerado pelos enfermeiros participantes da pesquisa, que entendem que a resistência para a correta identificação seria por parte da equipe de profissionais da saúde mental Portanto, sugeriram a utilização da pulseira de identificação, ainda não usual no serviço onde atuam. Os dois grupos de profissionais adotados no trabalho enfatizam a necessidade de um protocolo próprio para esta clientela, fato corroborado pelos estudos da revisão integrativa. E entre as estratégias propostas pelos profissionais da segurança para facilitar todo o processo de identificação, considera-se a inserção de uma foto na pulseira de identificação destes pacientes, que transpassaria a princípio toda e qualquer dificuldade comportamental do portador de transtorno mental na fase aguda. Sendo esta, também, uma forma segura e incontestável de identificação deste paciente. Identificar o portador de transtorno mental durante todo o período da assistência é uma tarefa complexa, que requer alternativas norteadas por políticas com foco na segurança. Conclui-se que a criação de um protocolo com especificidades voltadas ao paciente portador de transtorno mental na fase aguda, utilizando a pulseira fotográfica como ferramenta essencial neste processo e baseado no Protocolo de Identificação do Ministério da Saúde, pode colaborar para o aumento da qualidade da assistência a esta clientela e, consequentemente, à sua segurança
The study focused on the identification as a safety target for patients with mental disorders in the acute phase, understanding this situation as a risk generator, mainly due to the specificity of this clientele. For this purpose, a general objective was to elaborate a protocol for the correct identification of the patient with mental disorder in the acute phase. It was an exploratory study with a qualitative approach and the methods for data collection were divided into three phases. The study was included in Plataforma Brasil under the Presentation Certificate for Ethical Appreciation 96664318.0.0000.5285 and approved by the Committee of Ethics on Research under the Opinion 2.854.164. Initially, an integrative review was carried out in order to verify the identification process and the health care of patients with mental disorders, taking into account the patient safety subject. The studies were obtained based on the inclusion criteria, which were analyzed, however none of them referred to the identification itself. Subsequently, experts in the area of patient safety were addressed through a questionnaire, developed in Google Forms®, sent by a multiplatform instant messaging application, where individual experience and guidelines about the correct identification in general were considered. Finally, a focus group was conducted with nurses specialized in mental health in order to understand how the identification of such patient is performed within psychiatric units in the daily practice. The data analysis was done descriptively, in such a way that the different phases covered in the study were considered and compared to each other. Miscommunication and the patient’s altered level of consciousness were pointed out in all phases, evidencing these factors as an important barrier to the correct identification of this clientele. The stigma suffered by these individuals has also been mentioned, but not considered by the nurses participants of this research, who understand that the resistance to the correct identification would be on the part of the team of mental health professionals. Therefore they suggested the use of the identification bracelet, still not usual where they work. The two groups of professionals included in the study emphasize the need for a proper protocol for this clientele, a fact corroborated by the studies of the integrative review. Among the strategies proposed by the safety professionals to facilitate the whole process of identification, the insertion of a photo in the identification bracelet of these patients has been considered; that would overpass any and all behavioral difficulties of patients with mental disorder in the acute phase. It would also be a safe and undeniable form of identification of these patients. Identifying the individual with mental disorder during the whole care period is a complex task, requiring policy-driven alternatives with a focus on safety. It is concluded that the creation of a protocol with specificities aimed at the patient with mental disorder in the acute phase, with the use of the photographic bracelet as an essential tool in this process and based on the Protocol of Identification of the Ministry of Health, can collaborate to increase the quality of the assistance to this clientele and, consequently, their safety