Incapacidades físicas em portadores de hanseníase

Publication year: 1987

Partindo do referencial teórico-prático sobre a Hanseníase e sua problemática, o presente estudo objetivou realizar um levantamento de incapacidades físicas, localizada nas mäos, pés e olhos, segundo os graus I, II, III. Procurou estabelecer ainda, uma relaçäo entre os vários graus de incapacidades físicas e o sexo, idade, ocupaçäo e tempo de tratamento, valendo-se do exame físico como técnica. A amostra constou de 218 pacientes portadores de Mal de Hansen, inscritos no subprograma do Centro de Saúde I, Centro de Saúde Escola e Centro de Saúde da Vila Virgínia. Os resultados revelaram tratar-se de uma amostra com índice elevado de incapacidades físicas isoladas ou associadas, localizadas nas mäos, pés e olhos dos pacientes assim distribuídos: grau I, 13,75 por cento; graus II e III 62, 36 por cento. Os demais, 23,85 por cento, nada apresentaram. As maiores frequências de incapacidades físicas ocorreram em pacientes com idade avançada, portadores da forma clínica V ou D e T, com uma média de tempo de tratamento de 17,36 anos e aposentados por invalidez. As lesöes incapacitantes se manifestaram em grande parte na regiäo do pés 61 por cento, seguido dos olhos 56,42 por cento e das mäos 50,91 por cento. Em geral, 57,14 por cento dos pacientes apresentaram incapacidades físicas associadas entre as mäos, pés e olhos, retratando uma populaçäo marcada pelos problemas gerados pela doença, congregando prejuízos bio-psicos e sociais ao doente e à família. Impöe-se, portanto, o cumprimento das normas do programa de prevençäo e reabilitaçäo do hanseniano da Secretaria da Saúde, fundamentado na Educaçäo em Saúde, dirigida ao doente, à família e à comunidade. É indispensável que as Universidades se atenham aos problemas desta insidiosa enfermidade, preparando os profissionais da área de saúde visando ao diagnóstico precoce e à melhoria da qualidade da assistência ao doente.