Dor neuropática central e sua relação com a qualidade de vida da pessoa portadora de lesão medular traumática

Publication year: 2005

Trata-se de uma pesquisa transversal de caráter descritivo analítico exploratório, com o objetivo central de analisar a relação entre dor neuropática central e qualidade de vida nos indivíduos portadores de lesão medular traumática da cidade de Fortaleza, no Ceará. Para efeitos comparativos, os dados foram confrontados com os dos pacientes com lesão medular traumática sem dor associada. Também como objetivo específico, caracterizar a dor e seu impacto na vida do paciente, foi uma meta da pesquisa. Participaram do estudo, 32 pacientes paraplégicos adultos, vinculados a um hospital geral, referência em traumatologia, da cidade de Fortaleza, que cumpriram programa de reabilitação em um centro especializado. Todos possuíam lesão completa, de etiologia traumática, principalmente por perfuração por arma de fogo (PAF). A maioria era do sexo masculino, idade entre 20 a 47 anos, analfabetos ou com ensino fundamental, sem ocupação, entre 5 a 10 anos de lesão. As complicações mais evidentes na amostra foram bexiga e intestino neurogênicos, espasticidade, dor neuropática e úlcera de pressão.

A amostra foi estratificada em dois grupos:

(1) com lesão medular sem dor e (2) com lesão medular e dor neuropática central associada. Os instrumentos utilizados para coleta dos dados foram o The MOS 36-item Short-Form Health Survey (SF-36), aplicado em ambos os grupos, o Questionário de Dor de McGill (QDM) aliado à Escala Visual Numérica (EVN) e seu complemento para avaliar o impacto da dor na vida do paciente, estes aplicados apenas ao grupo 2 (com dor). Como resultados foram encontrados que 56,3% dos pacientes apresentam dor neuropática central como complicação da lesão medular. Destes, 50% fazem uso de medicações adjuvantes para o tratamento da dor, mesmo com efeito pouco satisfatório....