Vivência de ser gestante soropositiva para o HIV/Aids: um enfoque existencial

Publication year: 2005

A epidemia da Aids tem-se configurado como um dos mais graves problemas de saúde pública, que afeta a vida do ser humano, principalmente a das mulheres, considerando-se que esta infecção passa a comprometê-las de forma ascendente, caracterizando assim a feminização como uma das tendências atuais dessa epidemia. Este estudo, desenvolvemo-lo com o objetivo de compreender a vivência de ser gestante soropositiva para o HIV/Aids. Buscando a compreensão desse fenômeno, realizamos uma pesquisa qualitativa de natureza fenomenológica, orientada pela Ontologia-Hermenêutica proposta por Martin Heidegger, a partir da seguinte questão norteadora: como é a vivência de ser gestante soropositiva para o HIV/Aids? Participaram deste estudo, nove gestantes, cuja faixa etária e idade gestacional variaram dos dezoito aos trinta e seis anos e dos dois aos oito meses, respectivamente. Todas são portadoras da referida doença. A investigação, realizamo-la nos meses de abril e maio de 2004, no Serviço de Assistência Especializado/Hospital Dia Materno-Infantil e Centro de Referência e Treinamento (SAE/HD/CRT) do Hospital Universitário Lauro Wanderley, da Universidade Federal da Paraíba, localizado no município de João Pessoa(PB). A coleta dos dados foi realizada com a técnica de entrevista, sendo utilizado, para registro, o sistema de gravação em fita-cassete. Da análise realizada emergiram oito unidades de significados, as quais representam a compreensão da vivência de ser gestante soropositiva para o HIV/Aids: enfrentar o diagnóstico vivenciando sentimentos e afetos; preocupar-se com o outro; temor diante da finitude; conviver com a indiferença e com o abandono do outro; conviver com o falatório e com a ambigüidade; aceitar o tratamento; viver na incerteza sobre o futuro; ter esperança apoiada na fé. ...