Grupo de convivência: uma alternativa para o processo de aceitação do viver com diabetes mellitus
Publication year: 2002
Este é um estudo qualitativo, que tem por objetivo compreender de que modo as pessoas com diabetes mellitus constroem o processo de aceitação de sua condição crônica de saúde. O estudo foi realizado em um Centro de Saúde, do município de Florianópolis, através da formação de grupo de convivência e de entrevistas individuais. O processo educativo ocorreu através do grupo de convivência, e estimulou as pessoas a desenvolverem atividades de autocuidado e compreenderem como é o viver com diabetes mellitus. O marco referencial é baseado na Teoria Geral do Autocuidado de Dorothea Orem e, em outros conceitos relacionados, que incluem: educação em saúde e processo de aceitação da doença. Participaram deste estudo 11 pessoas, que integraram o grupo de convivência. Os encontros foram gravados, transcritos, codificados, categorizados e interpretados. Deste processo surgiram quatro categorias que constituíram as etapas do processo de aceitação, assim denominadas: 1)A descoberta foi horrível; 2) Conviver é difícil; 3) Mas tem que acostumar
; 4) Viver bem com diabetes é possível. As categorias não seguem uma seqüência lógica e intercalam-se, continuamente, durante o conviver com o diabetes. O processo de aceitação consiste na percepção da realidade de sua condição e no ato de respeitar e enfrentar a verdade para reconhecê-la, mesmo que essa situação possa ser desconfortável ou complicada. O ser humano é quem deve avaliar o seu processo de saúde e doença e praticar as ações de autocuidado, a partir de sua realidade e no momento em que se sentir capaz de começar. Este estudo pretende contribuir para que a enfermagem compreenda um pouco mais do viver com diabetes. O profissional pode ser um facilitador e promotor do autocuidado, respeitando as pessoas pelo seu modo de pensar e agir e entender o tempo que cada pessoa tem para perceber que ela é a maior promotora e detentora de sua saúde. ...