Publication year: 2015
Introdução:
As doenças crônicas não transmissíveis possuem alta prevalência no Brasil, e entre elas a hipertensão arterial sistêmica, por se constituir um dos fatores de risco para as complicações cardiovasculares, principalmente quando a adesão ao tratamento é comprometida, ocasionando consequências precoces para a vida do doente crônico. Assim, reconhecer os determinantes das complicações podem fornecer subsídios ao enfermeiro e toda equipe multiprofissional para contribuir com o cuidado do paciente e na autogestão da doença. Objetivo:
Elaborar escala preditiva de determinantes para complicações em pessoas com Hipertensão Arterial Sistêmica e ações para o gerenciamento de cuidado em enfermagem. Método:
Trata-se de uma pesquisa metodológica quantitativa, realizada em 18 unidades de saúde públicas na cidade de Curitiba, Paraná, com 387 hipertensos, na faixa etária entre 18 a 59 anos, obtidos por amostragem estratificada e sistemática. Os dados foram coletados entre maio de 2013 e abril de 2014 no domicílio dos participantes, mediante entrevista semiestruturada com dados clínicos e sociodemográficos e cinco escalas: ansiedade, depressão, qualidade de vida, adesão medicamentosa e apoio social. A análise ocorreu com base na estatística inferencial através do Software SPSS versão 20. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Paraná e da Prefeitura Municipal de Curitiba. Resultados:
Verificou-se predomínio de mulheres, com idade entre 23 e 60 anos, católicas, casadas, com até três filhos, com menos de oito anos de escolaridade, e renda familiar de até três salários mínimos. As variáveis idade, sexo, tabagismo, etilismo, possuir hipertensão e diabetes, tempo de diagnóstico, classificação de risco, número de medicamentos em uso, internamentos no ano anterior ao da entrevista, tempo de atividades diárias, qualidade de vida (nos domínios: capacidade funcional, aspectos físicos, sociais, emocionais e saúde mental), a recordação para a não adesão medicamentosa e a depressão foram estatisticamente significantes (p<0,05). Mediante analise multivariada e cálculo do odds ratio, elaborou-se uma escala dividida em duas partes, a primeira com as variáveis preditoras, a saber: idade acima de 55 anos, sexo masculino, tabagista, com mais de 10 anos de diagnóstico, classificação de risco na unidade de saúde diferente de baixo, com mais de quatro medicamentos em uso e depressão; e a segunda, uma proposta de protocolo para o gerenciamento do cuidado. Conforme a pontuação atingida na escala os pacientes são classificados em baixo, moderado, alto e muito alto risco de desenvolver complicações. Assim foram propostas ações para o gerenciamento de cuidados, que consta de consultas médicas, de enfermagem e demais profissionais de saúde, visitas domiciliares, pactuação de metas, atividades educativas em saúde e reclassificação anual. Conclusões:
Ao identificar o risco de desenvolver complicações advindas da hipertensão arterial, o enfermeiro e demais profissionais de saúde podem direcionar o cuidado para as necessidades do paciente, estabelecer vínculo e incentivar a autogestão. A escala é de fácil aplicação, baixo custo e sua utilização na população adulta hipertensa poderá minimizar e/ou postergar as complicações da doença.
Introduction:
The non-transmissible chronical diseases have high prevalence in Brazil and among them the systemic arterial hypertension, for consist in one of the risk factors for the cardiovascular complications, mostly when the adherence to treatment compromised, bringing premature consequences for the life of the chronically ill. Therefore, recognize the determinants of the complications can provide aid to the nurse and all multi professional staff for contribute of the care of the patient in the self-management of the illness. Objectives:
Elaborate a predictive scale of the determinants to the complications of the Systemic Arterial Hypertension and actions for nursing care management. Method:
It is a methodological quantitative research, made in 18 public health facilities on the city of Curitiba, Paraná, with 387 hypertensive, on ages from 18 to 59 years old, and obtained by stratified and systematic sampling. The data was collected between May of 2013, April of 2014 on the patients domiciles of the participants, by the mean of a semi-structured interview with clinical and sociodemographic data: anxiety, depression, quality of life, adhesion to medicine and social support. The analysis of those occurred based on the inferential statistic through the SPSS Software, version 20. The research was approved by the Committee of Ethic on Research of the Universidade Federal do Paraná and of the Prefeitura Municipal de Curitiba. Results:
A predominance of women was verified, with ages between 23 and 60 years old, catholic, married, with up to three sons, with less than eight years of education, and a family income until three minimal wages. The variants, age, sex, smoking, alcoholism, suffering from hypertension and diabetes, diagnosis time, rating of risk, number of drugs in use, interment on the year before to the interview, time of daily activities, quality of life (on the domains of physical, socials, emotional and mental health capacities), the recollection to the non-adhesion to the prescribed drugs and the depression were statistically significant (p<0.05). Through multivariate analysis and calculation of the odds ratio, developed a scale divided on two parts, the first with the predicting variables, to be known as: age over 55 years old, male, smoker, with more than 10 years of diagnosis, rating of risk on the health facility other than low, with more than four drug prescribed in use and depression. In addition, the second a protocol proposing the management of care. According to the score reached on the scale the patients are classified on low, moderated, high and very high risk of developing complications and thought those, actions are proposed to management of care, accounted as medical consultations, nurses and further health professionals, domicile visits, pact of goals, educating activities on health and annual reclassification. Conclusions:
As identifying the risk of developing complications from Arterial hypertension, the nurse and other health professionals may direct the care to the needs of the patient, stablish a bound and encourage the self-management. The scale is easily applied, of low cost and it's utilization on the hypertensive adult populace may minimize and or delay the complications of the illness.