Síndrome da fragilidade física e fatores clínicos associados em idosos longevos usuários da atenção básica de saúde
Publication year: 2015
Trata-se de estudo do tipo quantitativo de corte transversal, cujo objetivo foi investigar a associação entre a síndrome da fragilidade física e as variáveis clínicas de idosos longevos usuários da atenção básica de saúde. A pesquisa ocorreu de janeiro de 2013 a setembro de 2014 em domicílios que se encontram na área de abrangência de três (3) Unidades Básicas de Saúde (UBS), na cidade de Curitiba, Paraná. Adotou-se a amostragem do tipo estratificada proporcional que resultou em 243 longevos. Foram convidados a participar idosos com idade igual ou superior a 80 anos, cadastrados nas UBS de realização da pesquisa, que residissem no domicílio cadastrado nas UBS e que apresentassem capacidade cognitiva para participar do estudo, avaliados por meio do Mini Exame do Estado Mental (MEEM). Para os idosos que não atingiram os pontos de corte do MEEM foi convidado a participar o cuidador familiar com idade igual ou superior a 18 anos e que residisse com o idoso há, pelo menos, três meses. Os dados foram coletados por meio de formulário estruturado, aplicação de escalas e realização de testes físicos, que compõem a avaliação da fragilidade física. Para análise dos dados, foi empregada estatística descritiva, por meio da distribuição de frequência absoluta e percentual, média e desvio padrão, e medidas de tendência central. Realizou-se análise univariada por meio do teste de qui-quadrado, com nível de significância estatístico considerado de p<0,05, e multivariada por regressão logística, com método forward stepwise, que resultou em modelos preditores de fragilidade física em longevos usuários da atenção básica em saúde. Foram calculadas as respectivas odds ratio (OR), com intervalo de confiança de 95% das variáveis inseridas em cada modelo. Cada modelo foi avaliado pela análise de deviance, valor preditivo, especificidade e sensibilidade, sendo considerado elegível o modelo mais parcimonioso. Os resultados mostraram que dos 243 longevos do estudo, 36 (14,81%) eram frágeis, 155 (63,79%) pré-frágeis e 52 (21,40%) não frágeis. Houve associação significativa entre a fragilidade física e as variáveis hospitalização nos últimos 12 meses (p=0,045) e medicamentos antidiabéticos (p=0,024). Entre os marcadores associaram-se: fadiga/exaustão ao número de doenças (p=0,056), fadiga/exaustão às quedas nos últimos 12 meses (p=0,038), velocidade da marcha às quedas nos últimos 12 meses (p=0,023), força de preensão manual à hospitalização nos últimos 12 meses (p=0,023).
O modelo preditor da fragilidade eleito para este estudo foi composto pelas variáveis:
doenças cardiovasculares, doenças metabólicas, doenças osteomusculares, dislipidemias, doenças auditivas, outras doenças, hospitalização nos últimos 12 meses, queda nos últimos 12 meses, uso de medicamentos e número de medicamentos. Infere-se que variáveis clínicas interferem no desenvolvimento da síndrome da fragilidade física em idosos longevos usuários da atenção básica de saúde. Tais variáveis constituem-se como possíveis fatores de intervenção presentes no cuidado de enfermagem gerontológico, além do consumo de vitamina D, atividade física, suporte calórico e proteico e redução da polifarmácia. A escolha de um modelo preditivo de fragilidade física em longevos pode favorecer a tomada de decisões do enfermeiro inserido em uma equipe multiprofissional, com base em raciocínio clínico voltado à prevenção de agravos à saúde de longevos. Os cuidados de enfermagem gerontológicos devem permear a gestão da fragilidade física, com foco no rastreio da síndrome e elaboração de medidas interventivas para recuperação de idosos em condição de fragilidade.
It is a study of the quantitative type of cross section, whose objective was to investigate the association between the syndrome of physical frailty and clinical variables of the oldest old users of basic health care. The survey took place from January 2013 to September 2014 in households that are in the coverage area of three Basic Health Units (UBS) in the city of Curitiba, State of Parana. Adopted the proportional stratified sampling the kind that resulted in 243 long-lived. They were invited to attend the elderly aged over 80 years who were registered in UBS conducting the survey, which resided in registered in UBS domicile and to provide cognitive ability to participate in the study, assessed using the Mini Mental State Examination (MMSE). For seniors who have not reached the MMSE cutoff points was invited to join the family caregiver aged over 18 years and resided with the elderly for at least three months. Data were collected through a structured form, application ranges and conducting physical tests, which make up the assessment of physical frailty. For data analysis, descriptive statistics was used, through the distribution of absolute frequency and percentage, mean and standard deviation, and measures of central tendency. We conducted univariate analysis using the chi-square test, with statistical significance level of p<0,05 and multivariate logistic regression with forward stepwise method, resulting in prediction models of physical frailty in the oldest users primary health care. They calculated their odds ratio with 95% confidence intervals of the variables inserted in each model. Each model was evaluated by the deviance analysis, predictive value, specificity and sensitivity, is considered eligible as parsimonious model. The results showed that of the 243 oldest age of 36(14,81%) were fragile, 155(63,79%) pre-fragile and 52(21,40%) non-fragile. There was a significant association between physical frailty and variables hospitalization in the last 12 months (p=0,045) and antidiabetic drugs (p=0,024). Among the markers were associated fatigue/exhaustion the number of diseases (p=0,056), fatigue/exhaustion to the falls in the last 12 months (p=0,038), gait speed to falls in the last 12 months (p=0,023) handgrip strength to hospitalization in the last 12 months (p=0,023).