A atuação do enfermeiro no controle de infecção hospitalar no estado do Paraná
Publication year: 2007
Trata-se de um estudo quantitativo descritivo e transversal. Objetivou conhecer a atuação do enfermeiro no Controle de Infecção Hospitalar no Estado do Paraná. Foi aprovado pelo comitê de ética seguindo a Resolução 196/96 do Conselho de Saúde. A coleta de dados foi de julho a setembro de 2007, como instrumento, utilizou-se um questionário auto-aplicado enviado via web e correio a todos os enfermeiros do Serviço de Controle Infecção Hospitalar das instituições hospitalares do Paraná que se ajustaram aos critérios de inclusão: cem ou mais leitos. Participaram da pesquisa 56,5% da população alvo. Informaram sobre a caracterização das instituições quanto à forma de prestação de serviço, tempo de constituição da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar e organização do serviço de controle de infecção hospitalar. Os dados apontaram que a prática desenvolvida na rotina do enfermeiro do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar se concentra na implantação do sistema de vigilância epidemiológica (100%); em investimentos em educação continuada, (84,6%); na adequação, implementação e supervisão de normas e rotinas (100%) e no fornecimento de parecer técnico para a aquisição de materiais e equipamentos médico-hospitalares (73%). Constatou-se que somente 7,6% dos participantes divulgavam as taxas de infecção hospitalar e apenas 3,8% dos enfermeiros estavam envolvidos com programas de imunização do staff profissional. As principais dificuldades identificadas foram a sobrecarga de trabalho (51,7%), a falta de compromisso e despreparo dos profissionais (58,6%) e a desvalorização do serviço pelos enfermeiros assistenciais (10,3%). Os fatores que facilitaram a atuação do enfermeiro foram o apoio da administração nas tomadas de decisões (27,5%), adesão da equipe de enfermagem às orientações (20,6%), experiência e conhecimento técnico (20,6%), aceitação e respeito do corpo clínico (20,6%). Os dados mostraram que as atividades do enfermeiro são norteadas pela Portaria MS nº 2.616/98, porém existe falta de tempo hábil para executá-las de forma eficiente. Ressaltou a dificuldade da incorporação dos enfermeiros assistenciais na função primária de prevenção como hábito, bem como de outros profissionais. Evidenciou o papel vigilante do enfermeiro do SCIH, e a necessidade da incorporação de práticas que não centralizem a responsabilidade do controle de infecção hospitalar apenas num grupo específico de profissionais, e sim que a prevenção dessas infecções seja foco de todas e em todas as áreas estimulando o desenvolvimento dessa como uma cultura. O estudo trouxe à tona as interfaces da atuação do enfermeiro do Serviço de Controle Infecção Hospitalar, no Estado do Paraná e pode contribuir tanto para o desenvolvimento de novas linhas de ação no âmbito do controle de infecção em nível Estadual, como com a própria atuação do enfermeiro, pela socialização dos resultados, estimulando-os no aperfeiçoamento de seu trabalho.
This is a descriptive and quantitative cross-sectional study. The nurse role in the Hospital Infection Control in hospitals of the state of Paraná was the objective of the study. It was approved by the ethics committee, following the Resolution 196/96 of the Council of Health. The data collection occurred from July to September 2007, using a questionnaire self-applied sent via web and mail to nurses that work at Hospital Infection Control Service in all institutions of Paraná that adjusted to the inclusion criteria: one hundred or more beds. From the target population, 56.5% participated. They informed about the characterization of the institutions on how to provide service, time of formation of the Commission of Control of Hospital Infection and organization of the service of nosocomial infection control. The data showed that the practice developed in the routine of the nurse focuses on the development of the epidemiological surveillance (100%); continuing education, (84.6%), the adequacy, implementation and supervision of rules and routines (100%) and the provision of technical advice for the purchase of materials and equipments (73%). It was found that only 7.6% of the participants inform the rates of hospital infection and only 3.8% of the nurses were involved with programs of immunization of the staff. The main problems identified were the work overload (51.7%), lack of commitment and preparedness of the professionals (58.6%) and the underestimation of the importance of the service (10.3%).