Publication year: 2017
Introdução:
Na busca pela sobrevida em UTI Neonatal, os recém-nascidos são expostos diariamente a inúmeros procedimentos dolorosos e estressantes, para fins diagnósticos e terapêuticos, fato que pode desencadear sequelas incapacitantes, doenças crônicas, dificuldades de aprendizado, entre outras consequências. A dificuldade na avaliação e tratamento da dor configura-se como uma grande preocupação de pesquisadores e profissionais da área. Diante disto, esta pesquisa foi desenvolvida mediante a seguinte pergunta norteadora: Qual a proposta mais adequada e viável para o manejo da dor e do estresse no neonato para a UTI Neonatal de um hospital infantil, do estado do Paraná? Objetivo: Desenvolver um Protocolo Multiprofissional para Manejo da Dor e do Estresse em UTI Neonatal, com base em evidência e participação ativa da equipe neonatal de hospital infantil público, no estado do Paraná. Método:
Trata-se de uma Pesquisa-ação realizada em hospital infantil, da região metropolitana do município de Curitiba. Houve a participação dos profissionais de saúde (enfermeiros, fisioterapeutas, médicos e técnicos de enfermagem) atuantes na UTI Neonatal. Esta foi composta por três fases:
na Fase I - aplicado questionário estruturado a 65 profissionais de saúde, para identificar seus conhecimentos e práticas no manejo da Dor Neonatal; na Fase II e III - desenvolvidas oficinas para discussões teóricas e elaboração do Protocolo para Manejo da Dor, participaram 13 profissionais. Coleta de dados no período de outubro de 2016 até julho de 2017. Resultados:
Como resultados destacados da Fase I, tem-se que a maioria dos profissionais era do sexo feminino (97%); com idade entre 26 a 54 anos, com média maior na categoria dos técnicos de enfermagem (38,6 anos); e, tempo de experiência profissional de 6 a 10 anos. Relativo a alguns aspectos para identificar os conhecimentos e práticas, embora todos os profissionais de saúde tenham concordado com a afirmativa de que o RN sente dor, na prática profissional, foi identificado que os enfermeiros sempre avaliam a dor como 5º sinal vital, os médicos e técnicos de enfermagem na maioria das vezes e, os fisioterapeutas poucas vezes. O técnico de enfermagem foi o profissional mencionado por todos os demais participantes, como responsável pela avaliação da dor no setor. As medidas para analgesia farmacológica citadas foram:
Fentanil, Glicose 25%, Lidocaína, Dipirona, Midazolam, Paracetamol e Colírio anestésico. Dentre as não farmacológicas, as mais citadas foram: contenção, sucção não nutritiva e enrolamento. Todos os profissionais consideraram como procedimentos dolorosos:
a retirada de adesivos, inserção de flebotomia, drenagem torácica, punções venosa, arterial e lombar. Na Fase II foram discutidos os resultados da primeira fase, em cinco oficinas multiprofissionais, com embasamento teórico sobre os aspectos fisiológicos, de manifestação, de avaliação e, tratamento - farmacológico e não farmacológico - da dor. E, na Fase III, foi elaborado e consolidado, em duas oficinas, o Protocolo para o Manejo da Dor na UTI Neonatal. Conclusões:
Como uma limitação deste estudo pode-se apontar a não participação, em todas as oficinas, dos mesmos profissionais e de todas as categorias profissionais. E ainda, pode-se dizer que há limitação de pesquisas que abordem a dor neonatal envolvendo uma equipe multiprofissional. Foi evidenciada lacuna entre os conhecimentos e a prática no manejo da dor, na UTI Neonatal estudada. O desenvolvimento participativo do Protocolo evidenciou que a maior falha é relativa ao conhecimento, que pode gerar a segurança e desencadear a aplicação na prática, com base nas melhores evidências. Acredita-se que, neste sentido, a educação permanente tem como missão sistematizar os cuidados prestados pelos profissionais de saúde aos RN, para a garantia da qualidade da assistência e, poderá valer-se de um produto originado coletivamente para o manejo da dor. Portanto, o Protocolo para o Manejo da Dor e do Estresse na UTI Neonatal do Hospital Infantil, localizado na Região Metropolitana de Curitiba, constituiu-se como o produto desta dissertação. Bem como, em contribuição da pesquisadora e dos profissionais de saúde da UTI, para as práticas assistenciais com base nas melhores evidências científicas no espaço hospitalar da investigação e, em outros similares.
Introduction:
Ensuring the survival in neonatal ICU, newborns are exposed daily to numerous painful and stressful procedures for diagnostic and therapeutic purposes, a fact that can trigger disabling sequels, chronic diseases, learning difficulties, among other consequences. The difficulty in evaluating and treating pain is a major concern for researchers and professionals in the area. Therefore, this research was developed through the following guiding question: What is the most appropriate and feasible proposal for pain management of the neonate in the Neonatal ICU of a children's hospital in the state of Paraná? Objective: To develop a Pain Management Protocol Multi-professional for Neonatal ICU based on evidence and active participation of the neonatal team of a public children's hospital in the state of Paraná. Method:
This is an action research carried out in a children's hospital, in the metropolitan region of the city of Curitiba. Health professionals (nurses, physiotherapists, physicians and nursing technicians) were present at the Neonatal ICU. It was made up of three phases:
in Phase I - a structured questionnaire to 65 health professionals was applied, to identify their knowledge and practices in the management of Neonatal Pain; in Phase II and III - workshops for theoretical discussions and elaboration of the Protocol for Pain Management were developed, where 13 professionals participated. Data collection in the period from October 2016 to July 2017. Results:
The Phase I highlights that most of the professionals were female (97%); aged 26 to 54 years old, with a higher average in the nursing technicians category (38.6 years); and, professional experience time of 6 to 10 years. Concerning some aspects of the knowledge and practice survey, although all health professionals agreed with that the RN feels pain, in professional practice, it was identified that nurses always, physicians and Nursing technicians most of the time and, the physiotherapists few times evaluate pain as the 5th vital sign. The nursing technician was the professional mentioned by all the other participants, as responsible for the evaluation of the pain in the sector. The measures for pharmacological analgesia cited were Fentanyl, 25% Glucose, Lidocaine, Dipyrone, Midazolam, Paracetamol, and Anesthetic Eye drops. Among the non-pharmacological measures, the most cited were containment, non-nutritive sucking, and winding. All professionals considered painful procedures:
adhesive removal, phlebotomy insertion, thoracic drainage, venous, arterial and lumbar punctures. In Phase II, the results of the first phase were discussed in five multi-professional workshops, with theoretical basis on the physiological, manifestation, evaluation and pharmacological and non-pharmacological aspects of pain. In Phase III, the Protocol for Pain Management in the Neonatal ICU was prepared and consolidated in two workshops. Conclusions:
As a limitation of this study, it is possible to point out the non-participation of the same professionals in all workshops. Also, it can be said that there is a limitation of research addressing neonatal pain involving a multi-professional team. It was evidenced a gap between the knowledge and the practice in pain management in the studied Neonatal ICU. The participatory development of the Protocol has shown that the biggest gap is related to knowledge, which can generate security and trigger implementation in practice, based on the best evidence. It is believed that, in this sense, the permanent education has the mission to systematize the care provided by the health professionals to the NB, ensuring the quality of care and, it can use a product originated collectively for pain management. Therefore, the Protocol for Pain Management in the Neonatal ICU of the Children's Hospital, located in the Metropolitan Region of Curitiba, was the product of this dissertation. Also, there was a contribution of the researcher and the health professionals of the ICU to the assistance practices based on the best scientific evidence in the hospital space of the investigation and, in others similar.