Fragilidade física em idosos submetidos ao exame de aptidão física e mental para habilitação veicular: um modelo de triagem

Publication year: 2017

Trata-se de estudo do tipo quantitativo de corte transversal, desenvolvido com o objetivo de recomendar um modelo de triagem para idosos submetidos ao exame de aptidão física e/ou mental para direção veicular, com base na fragilidade física e seus componentes. O estudo foi realizado com uma amostra representativa da população constituída por 421 idosos (≥ 60 anos) submetidos aos exames de aptidão física e mental, em 12 clínicas credenciadas pelo órgão de trânsito de Curitiba-PR. Os idosos e as clínicas foram selecionados mediante critérios préestabelecidos de inclusão/exclusão. A coleta de dados ocorreu no período de janeiro de 2015 a maio de 2016, por intermédio de screening cognitivo, levantamento de dados sociodemográficos, clínicos e de direção veicular, e aplicação de testes específicos para a avaliação da fragilidade física segundo o fenótipo de Fried. Os dados foram codificados e organizados no programa computacional Excel® 2007 e analisados no software Statistical Package for Social Sciences® e software R versão 3.2.3. Empregaram-se estatísticas descritivas, análises univariadas (nível de significância estatística p<0,05), análises multivariadas por meio de regressão logística e os métodos Support vector machine, Particionamento recursivo, Boosted trees, Random forest, Redes neurais artificiais, K nearest neighbors, Naïve bayes, Bagged tree e Análise linear discriminante. Dos 421 idosos participantes dos estudo, 8 (1,9%) foram classificados como frágeis, 189 (44,9%) pré-frágeis e 224 (53,2%) não frágeis.

As variáveis sociodemográficas e clínicas que se associaram à fragilidade física foram:

idade (p<0,001), com quem mora (p=0,021), inserção no mercado de trabalho (p=0,003), aposentadoria (p=0,021), problemas de saúde (p=0,017), tontura nos últimos 12 meses (p=0,001), uso de tecnologias assistivas (p=0,002), uso de medicamentos (p=0,003), hospitalização nos últimos 12 meses (p<0,001), doenças do aparelho circulatório (p=0,01) e do aparelho geniturinário (p=0,046). Quanto ao resultado do exame de aptidão física e/ou mental para direção veicular, 301 (71,5%) idosos foram classificados como aptos com restrição, 92 (21,9%) como aptos e 28 (6,7%) aptos temporários. As variáveis sociodemográficas associadas ao resultado do exame de aptidão física e/ou mental para direção veicular foram: idade (p=0,002), escolaridade (p<0,001), renda (p=0,004), inserção no mercado de trabalho (p<0,001) e hospitalização nos últimos 12 meses (p=0,020). A condição de fragilidade física não se associou ao resultado do exame de aptidão física e/ou mental para direção veicular (p=0,191). Houve associação significativa entre o resultado do exame de aptidão física e/ou mental para direção veicular e velocidade da marcha (OR=8.78; IC 95%, 1.3-58.8; p=0,025), perda de peso (OR=3.68; IC 95%; 1.42-9.47; p=0,006) e atividade física (OR=2.63, IC 95%, 1.26- 5.46; p=0,009). Os componentes de fragilidade física não foram preditores de inaptidão para direção veicular. Recomenda-se um Modelo de Triagem Inicial para os idosos que se submetem aos exames de aptidão física e/ou mental para direção veicular, com base na velocidade da marcha e perda de peso não intencional. O Modelo proporciona avaliações mais precisas e encaminhamentos dos idosos para o tratamento da fragilidade física, o que oportuniza chances de uma direção mais segura. O presente estudo é relevante para a enfermagem gerontológica à medida que se destaca um novo campo de atuação para o profissional enfermeiro e novos conhecimentos gerontológicos baseados em evidências capazes de aprimorar a avaliação dos idosos no seguimento da habilitação veicular.
This is a quantitative cross-sectional study developed with the objective of recommending a screening model for elderly individuals submitted to the physical and/or mental aptitude test for vehicular conduction, based on the physical fragility and its components. The study was carried out with a representative sample of 421 elders (≥ 60 years old) who underwent physical and mental fitness exams in 12 clinics accredited by the Curitiba-PR transit agency. The elderly and clinics were selected using pre-established inclusion / exclusion criteria. Data collection took place from January 2015 to May 2016, through cognitive screening, sociodemographic data, clinical and vehicular conduction, and the application of specific tests to assess the physical fragility according to the Fried phenotype. The data was coded and organized in the software Excel® 2007 and analyzed in the software Statistical Package for Social Sciences® and software R version 3.2.3. We used descriptive statistics, univariate analyzes (level of statistical significance p<0,05), multivariate analyzes using logistic regression and the methods Support vector machine, Recursive partitioning, Boosted trees, Random forest, Artificial neural networks, K nearest neighbors, Naive Bayes, Bagged tree and Linear discriminant analysis. From the 421 elderly participants in the study, 8 (1,9%) were classified as fragile, 189 (44,9%) pre-fragile and 224 (53,2%) non-fragile.

The sociodemographic and clinical variables associated with physical frailty were:

age (p<0,001), with whom he/she lives (p = 0,021), integration into the labor market (p=0,003), retirement (p=0,021), health problems (p=0,017), dizziness in the last 12 months (p=0,001), use of assistive technologies (p=0,002), medication use (p=0,003), hospitalization in the last 12 months (p<0,001), diseases of the circulatory system (p=0,01) and of the genitourinary system (p=0,046). Regarding the physical and/or mental fitness test results, 301 (71,5%) elders were classified as fit with restriction, 92 (21,9%) as fit and 28 (6,7%) were temporarily fit. The sociodemographic variables associated to the physical and/or mental fitness test result were: age (p=0,002), education (p<0,001), income (p=0,004), integration into the labor market (p<0,001) and hospitalization in the last 12 months (p=0,020). The condition of physical frailty was not associated to the result of the physical and/or mental aptitude test for vehicular conduction (p=0,191). There was a significant association between the result of the physical and/or mental aptitude test for vehicular conduction and walking speed (OR=8.78; IC 95%, 1.3-58.8; p=0,025), weight loss (OR=3.68; IC 95%; 1.42-9.47; p=0,006) and physical activity (OR=2.63, IC 95%, 1.26-5.46). The components of physical frailty were not predictors of disability in vehicle conduction. An Initial Screening Model is recommended for the elderly who undergo physical and/or mental fitness tests for vehicular conduction, based on walking speed and unintentional weight loss. The Model provides more accurate assessments and referrals of the elderly to the treatment of physical fragility, which gives chances of a safer driving. The present study is relevant for gerontological nursing as a new field of action for the nurse professional and new evidence-based gerontological knowledge were highlighted, capable of improving the evaluation of the elderly in the follow-up of the vehicular habilitation.
Se trata de estudio del tipo cuantitativo de corte transversal, desarrollado con el objetivo de recomendar un modelo de clasificación para adultos mayores sometidos al examen de aptitud física y / o mental para dirección vehicular, con base en la fragilidad física y sus componentes. El estudio fue realizado con una muestra representativa de la población constituida por 421 adultos mayores (≥ 60 años) sometidos a los exámenes de aptitud física y mental, en 12 clínicas acreditadas por el órgano de tránsito de Curitiba-PR. Los adultos mayores y las clínicas fueron seleccionados mediante criterios preestablecidos de inclusión / exclusión. La recolección de datos ocurrió en el período de enero de 2015 a mayo de 2016, por intermedio de evaluación cognitiva, levantamiento de datos sociodemográficos, clínicos y de dirección vehicular, y aplicación de pruebas específicas para la evaluación de la fragilidad física según el fenotipo de Fried. Los datos fueron codificados y organizados en el programa computacional Excel® 2007 y analizados en el software Statistical Package for Social Sciences® y software R versión 3.2.3. Se utilizaron estadísticas descriptivas, análisis univariados (nivel de significancia estadística p <0,05), análisis multivariados por medio de regresión logística y los métodos Support vector machine, Partición recursiva, Boosted trees, Random forest, Redes neurales artificiales, K nearest neighbors, Naïve bayes, Bagged tree y Análisis lineal discriminante. De los 421 adultos mayores participantes en los estudios, 8 (1,9%) fueron clasificados como frágiles, 189 (44,9%) pre-frágiles y 224 (53,2%) no frágiles.

Las variables sociodemográficas y clínicas que se asociaron a la fragilidad física fueron:

edad (p <0,001), con quien vive (p = 0,021), inserción en el mercado de trabajo (p = 0,003), jubilación (p = 0,021), problemas de salud (p = 0,017), mareo en los últimos 12 meses (p = 0,001), uso de tecnologías asistivas (p = 0,002), uso de medicamentos (p = 0,003), hospitalización en los últimos 12 meses (p <0,001), enfermedades del aparato circulatorio (p = 0,01) y del aparato genitourinario (p = 0,046). En cuanto al resultado del examen de aptitud física y / o mental para dirección vehicular, 301 (71,5%) ancianos fueron clasificados como aptos con restricción, 92 (21,9%) como aptos y 28 (6,7%) aptos temporales. Las variables sociodemográficas asociadas al resultado del examen de aptitud física y / o mental para dirección vehicular fueron: edad (p = 0,002), escolaridad (p <0,001), ingreso (p = 0,004), inserción en el mercado de trabajo (p <0,001) ) y hospitalización en los últimos 12 meses (p = 0,020). La condición de fragilidad física no se asoció al resultado del examen de aptitud física y / o mental para dirección vehicular (p = 0,191). Se observó una asociación significativa entre el resultado del examen de aptitud física y / o mental para la dirección vehicular y la velocidad de la marcha (OR = 8.78, IC 95%, 1.3-58.8, p = 0,025), pérdida de peso (OR = 3.68; IC 95 %, 1.42- 9.47, p = 0,006) y actividad física (OR = 2.63, IC 95%, 1.26-5.46; p = 0,009). Los componentes de fragilidad física no fueron predictores de inaptitud para la dirección vehicular. Se recomienda un modelo de ensayo inicial para los adultos mayores que se someten a los exámenes de aptitud física y / o mental para la dirección vehicular, con base en la velocidad de la marcha y pérdida de peso no intencional. El modelo proporciona evaluaciones más precisas y encaminamientos de los adultos mayores para el tratamiento de la fragilidad física, lo que oportuniza posibilidades de una dirección más segura. El presente estudio es relevante para la enfermería gerontológica a medida que se destaca un nuevo campo de actuación para el profesional enfermero y nuevos conocimientos gerontológicos basados en evidencias capaces de perfeccionar la evaluación de los adultos mayores en el seguimiento de la habilitación vehicular.