Fatores associados ao sucesso da punção venosa periférica em adultos
Publication year: 2015
A punção venosa periférica representa um dos procedimentos mais presentes no cotidiano da enfermagem. Todavia, diversos fatores podem dificultar o sucesso na realização deste procedimento, oferecendo desconforto e ansiedade aos pacientes que dele necessitam, e um desafio aos profissionais de enfermagem. O conhecimento dos fatores associados ao sucesso e o uso de tecnologias que facilitem a execução do cuidado podem beneficiar, sobremaneira, seus envolvidos, com incremento da qualidade e da segurança na saúde. Cabe ao enfermeiro a busca pelas melhores evidências disponíveis, e identificar as tecnologias que, efetivamente, melhor atendam às necessidades dos pacientes sob seus cuidados, bem como adequada avaliação clínica para a tomada de decisão a partir dos fatores associados ao sucesso na punção venosa periférica. Estudos sugerem que a ultrassonografia pode melhorar as taxas de sucesso e o tempo de duração da punção venosa, havendo, entretanto, carência de publicações com evidências sobre o uso da ultrassonografia na punção venosa periférica em adultos e sobre os benefícios nesse contexto. A presente pesquisa tem por objetivo analisar os fatores associados ao sucesso da punção venosa periférica em adultos. Para tanto, realizou-se estudo de intervenção transversal analítico. Foram incluídos 200 pacientes adultos atendidos em uma unidade de pronto atendimento, em abril de 2015, alocados por randomização, 97 no grupo em que se utilizou a punção venosa periférica guiada por ultrassonografia (PVPUS) e 103 no grupo submetido ao procedimento tradicional de punção venosa (PVPT). Como desfecho primário, adotou-se o sucesso na primeira tentativa de punção. Para realização das punções capacitou-se enfermeiros com disponibilidade exclusiva para a pesquisa. Verificouse no grupo PVPUS prevalência de sucesso na primeira tentativa 43% maior para as veias visíveis (p=0,02752) e 2,28 vezes maior para veias com trajeto retilíneo (p=0,006); no grupo PVPT, prevalência 43% menor para a veia frágil (p=0,002094), 41% menor para a veia móvel (p=0,02659), 33% maior para veias com trajeto retilíneo (p=0,04924) e 1,99 vezes maior para as veias palpáveis (p=0,01329). Concluiu-se que os principais fatores associados, que contribuíram para o sucesso da punção periférica em ambos os grupos foram variáveis clínicas, sobretudo o trajeto retilíneo.
Peripheral venipuncture is the most present procedure in the daily nursing routine. However, some factors can hinder success in carrying out this procedure, offering discomfort and anxiety to patients who need it and it is a challenge to nurses. Knowledge of the factors associated with success and the use of technologies that facilitate the care performance can benefit greatly its stakeholders and improve the health quality and security. Nurses should search for the best available evidence and identify technologies that effectively meet the needs of patients under their care, and adequate clinical evaluation for decision making in the basis of the factors associated with success in peripheral venipuncture. Studies suggest that ultrasound can improve success rates and the duration of the venipuncture; however, there is lack of publications with evidence on the ultrasound use in peripheral venipuncture in adults and on the benefits in this context. This research aims to analyze the factors associated with the success of peripheral venipuncture in adults. To this end, analytical study of transversal intervention is carried out. Two hundred adult patients treated at an integrative emergency care in April 2015 allocated at random were included; among them, ninety-seven patients was integrating the group in which the peripheral venipuncture was guided by ultrasound (USPVP), and one hundred and three patients was integrating the group submitted to the traditional venipuncture procedure (TPVP). As the primary outcome, the success in the first attempt to puncture was adopted. To perform the punctures, nurses were trained with exclusive availability for research. It was found in the USPVP group prevalence of successful 43% higher for visible veins (p=0.02752) on the first try; and it was 2.28 times greater for veins with rectilinear path (p=0.006); in TPVP group, the prevalence was 43% lower for the fragile vein (p=0.002094), 41% lower for mobile vein (p=0.02659), and 33% higher for veins with rectilinear path (p=0.04924); and it was 1.99 times higher for palpable veins (p=0.01329). It is concluded that the main associated factors were clinical variables, especially the straight path, which contributed to the success of peripheral puncture in both groups.