As representações sociais sobre a doença renal crônica
Publication year: 2012
Trata-se de pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo descritiva que teve por objetivo descrever as representações sociais dos doentes renais sobre o processo de adoecimento. Os dados foram coletados em uma instituição hospitalar, no setor de Terapia Renal Substitutiva (TRS) do município de Ponta Grossa - PR, no período de janeiro e fevereiro de 2012. Fizeram parte da pesquisa 23 doentes renais crônicos, com idade entre 18 e 60 anos, que realizam hemodiálise no mínimo um ano. Os dados foram obtidos mediante entrevista semiestruturada, gravada e após os depoimentos foram transcritos e analisados pelo método de Análise de Conteúdo, que permitiu identificar quatro categorias temáticas: Constatação da finitude e ruptura da normalidade, Inimiga oculta que seca o rim, Máquina como garantia de vida, Rim novo: Esperança de cura. A representação social do processo de adoecimento está ancorada na constatação da finitude da vida, representa a aproximação da morte, que surge como possibilidade na vida desses indivíduos, que provoca medo, insegurança e mudança de comportamento, quando percebem a introdução uma nova realidade, ser doente crônico. A doença surge silenciosa e seca os rins entendida pelos doentes renais, também como a representação de fracasso em consequência da perda do emprego, mudança no papel social. Por outro lado, alguns entrevistados revelaram abertura de um nível de sensibilidade para aquilo que está no cotidiano, permitiram criar novas opções de vida diante do sofrimento. O tratamento para a doença representa a dependência da máquina da hemodiálise que traz a garantia da vida, mesmo sendo ela a causadora da perda da liberdade. A fístula necessária para a sobrevivência na máquina gera marcas pelo corpo, alterando a autoestima do doente renal. Com todo esse sofrimento, a esperança nasce quando percebe que o transplante renal possibilita uma nova chance de vida sem a dependência da máquina. A espera do rim novo representa a cura, e a fé é essencial para manter viva a esperança, além do apoio familiar que influência no processo de adoecimento. Compreende-se que a representação social é individual, e pode ser influenciada por outras pessoas e pela realidade em que vive. Na prática profissional, essas representações influenciam o modo de gerir os cuidados prestados aos doentes renais crônicos submetidos à hemodiálise.
This is qualitative study, the descriptive type that aimed to describe the representations of chronic renal failure patients about the disease process. Data were collected in a hospital, in the sector of Renal Replacement Therapy (RRT) in the city of Ponta Grossa - PR, between January and February 2012. The participants were 23 patients with chronic renal failure, aged 18 to 60 years who undergo hemodialysis at least one year. Data were collected through semi-structured interviews and after the interviews were transcribed and analyzed using content analysis, which identified four themes: Finding the finiteness and rupture of normality, hidden enemy that dries the kidney machine warranty life, new Kidney: Hope. The social representation of the disease process is anchored on the observation of the end of life, is the approach of death, which arises as a possibility in the lives of these individuals, causes fear, insecurity, and perceived behavioral change when introducing a new reality, be patient chronic. The disease appears silent and dry kidneys by renal patients also understood as representing failure as a result of job loss, change in social roles and social restrictions as much food. On the other hand, some interviewees said opening a level of sensitivity to what is in the everyday, creating new options allowed life to suffering. Treatment for the disease is the dependence of the hemodialysis machine that brings the guarantee of life, even though she is causing the loss of freedom. The fistula necessary for survival in the machine generates marks the body, altering the patient's renal esteem. With all this suffering, hope arises when you realize that kidney transplantation provides a new chance of life without dependence on the machine. The hope of the new kidney is healing, and faith is essential to keep hope alive beyond the family support that influences the disease process. It is understood that social representation is individual and may be influenced by other people and the reality in which he lives. In practice, these representations influence the way we manage the care of patients with chronic renal failure undergoing hemodialysis.