A resiliência na história de vida de adolescentes institucionalizados: possibilidades para a prática de enfermagem
Publication year: 2011
Trata-se de pesquisa descritiva de natureza exploratória, alicerçada no referencial metodológico da História de Vida. Foi realizada em uma Instituição de Acolhimento, de outubro a dezembro de 2010, e teve como objetivo compreender o processo de resiliência dos adolescentes institucionalizados. Participaram da pesquisa dez adolescentes entre as faixas etárias treze e dezesseis anos de idade. A coleta da narrativa ocorreu mediante entrevista aberta, e da análise surgiram dois núcleos temáticos: A teia de adversidades e suas marcas na existência humana que possibilitou caracterizar o perfil dos participantes da pesquisa, bem como conhecer as adversidades vividas e expressas no adoecimento de si e de alguém da família, morte de familiar, violência doméstica, fome, condições precárias de moradia, uso e convívio com drogas ilícitas, situação de rua, separação dos pais e ruptura dos vínculos familiares e também contribuiu para a institucionalização, e a Redescoberta dos meninos diante de uma nova vida. Esta categoria explicitou o processo de resiliência vivido pelos participantes da pesquisa decorrente do trabalho desenvolvido na Instituição , o qual contribui para mudanças significativas na vida. Destarte, a instituição se apresenta como promotora da resiliência, vez que propicia a transposição das adversidades por meio do apoio oferecido e do trabalho de educação de maneira integral, de modo a possibilitar a aquisição de habilidades interpessoais. No campo profissional, o local da pesquisa se configura como cenário de potencial para o desenvolvimento da prática do enfermeiro na área da promoção da saúde, visto que pode realizar consulta de enfermagem, oficinas de educação em saúde, trabalhar a reinserção familiar dos adolescentes, e, por fim, o enfermeiro se descobrir como tutor da resiliência, pois ao cuidar, possibilita àquele que experiência o cuidado sentir proteção e amparo e, desta forma, desenvolver forças internas para enfrentar e transpor as dificuldades diante da vida.
This is an exploratory descriptive study, based on the methodological framework of the History of Life. It was held in a Residential Care Center, from October to December 2010, and aimed to understand the process of resilience of institutionalized adolescents. Ten adolescents between ages thirteen and sixteen were interviewed. The recollection of their narratives occurred through open interviews, and analysis made it possible to identify two nuclear themes: the web of adversity and its brands in human existence, which allowed to characterize the profile of research participants, as well as learn about the adversities experienced and expressed in their own disease , death or disease in the family, domestic violence, hunger, poor housing conditions, use and contact with illicit drugs, homelessness, parental separation and disruption of family ties , which also contributed to the institutionalization, and the boys' rediscovery of a new life. This last category made clear the process of resilience experienced by the adolescents, resulting from the work done by the host institution, which contributes to significant changes in life. Therefore, the institution may be considered a promoter of resilience, since it provides the overcoming of adversities through support offered and the work of education in a holistic manner, in such a way to enable the acquisition of interpersonal skills. In the professional field, the search location is configured as a potential scenario for the development of nursing practice, since it can make nursing consultation, workshops, family reintegration with the adolescents, acting in the field of health promotion on the community perspective. Finally, the nurse is a tutor of resilience, because while he is caring like a professional it's possible to the patient feel the care and protection and support. In this way, the nurse develops inner strength to confront and cross the difficulties facing the life.