Propostas de intervenções à saúde dos trabalhadores apoiadas em indicadores
Publication year: 2013
Os trabalhadores de saúde interagem com uma variedade de cargas no seu ambiente de trabalho as quais são geradoras de desgastes. Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal e retrospectivo cujo objetivo foi propor estratégias de intervenção referentes à saúde dos trabalhadores hospitalares apoiadas em indicadores. O cenário do estudo foi uma instituição hospitalar em Curitiba, Paraná. Os dados foram obtidos das planilhas do Sistema de Monitoramento da Saúde do Trabalhador de Enfermagem e a amostra composta por 1.050 registros de afastamentos de trabalhadores cadastrados no sistema no ano de 2011. A coleta de dados ocorreu entre março e junho de 2012 e incluiu afastamentos ocasionados por doenças decorrentes da exposição do trabalhador às cargas de trabalho. A análise de dados foi feita por meio do Microsoft Excel® 2010, utilizando-se procedimentos de análise estatística descritiva cujos resultados subsidiaram a construção de nove indicadores de saúde do trabalhador no ambiente hospitalar. Os resultados evidenciaram 2.478 dias de afastamentos, com prevalência entre as mulheres (80,8%) e idade entre 31 e 40 anos (34,2%). A enfermagem foi a categoria com o maior número de afastamentos (60,6%) e a Unidade de Terapia Intensiva foi o setor de trabalho com o maior número de registros (23,2%). Na análise dos indicadores de saúde, foi observado o risco para exposição à carga biológica (I1) e o risco de ocorrência de desgastes biológicos (I2). O índice de notificação de afastamentos (I3) evidenciou uma média de 2,63 dias de afastamento entre os técnicos de enfermagem; o índice de notificação por doença (I4) demonstrou 19,62% de freqüência para as doenças respiratórias. A frequência de afastamentos notificados (I5) foi mais expressivo para as doenças osteomusculares e do tecido conjuntivo (360 dias) e o índice de afastamento por doença (I6) mostrou a média de 7 dias de absenteísmo para os desgastes decorrentes da gestação, parto e puerpério. A frequência de dias de afastamento por doença (I7) evidenciou a superioridade de transtornos mentais e comportamentais entre os técnicos de enfermagem, de doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo entre os auxiliares de enfermagem e de doenças do aparelho respiratório entre os demais trabalhadores de saúde. O índice de afastamento por doença por categoria profissional (I8) foi mais expressivo para as doenças respiratórias entre todos os trabalhadores. Os dias de afastamento por agrupamento de CID evidenciou que as maiores ausências decorreram das lesões, envenenamento e algumas outras consequências de causas externas entre os enfermeiros, de transtornos mentais e comportamentais entre os técnicos de enfermagem, de neoplasias entre os auxiliares e de problemas decorrentes da gravidez, parto e puerpério para os demais trabalhadores. Os resultados subsidiaram a elaboração de propostas de intervenção, que foram apresentadas aos gestores da instituição. Espera-se que este estudo contribua para reflexões sobre as influências do ambiente de trabalho nas condições de saúde do trabalhador e para o aprimoramento das condições de trabalho.
Health workers interact with a variety of workloads in their work process, which are generating wear. So, this is an epidemiological, cross-sectional and retrospective study aimed to propose intervention strategies related to the health of hospital workers supported by indicators. The study setting was a hospital in Curitiba , Paraná, Brazil. Data were obtained from spreadsheets Monitoring System Occupational Health Nursing and the sample was composed by 1,050 records of absenteeism of workers registered in the system in 2011. Data collection occurred from March to June, 2012, and included absenteeism caused by illness resulting from worker's exposure to workloads. Data analysis was performed by Microsoft Excel® 2010 program, using procedures for descriptive statistical analysis. Resulting data from this analysis supported the construction of nine indicators of the worker health in the hospital environment. The results showed 2478 days of sickness leave , with the largest number of records among women ( 80.8 % ) and aged between 31 and 40 years old (34.2%). Nursing was the category with the largest number of sickness leaves (60.6%), and Intensive Care Unit was the labor sector with the largest number of records (23.2%). In the health indicators analysis, the highest risk coefficient for exposure to biological workload (I1) and the highest risk of biological wear occurrence (I2) were observed. The rate of reported absenteeism (I3) showed an average of 2.63 days of sick leave among nursing technicians, the rate of disease notifications (I4) showed 19.62 % frequency for respiratory diseases. The frequency of absences reported (I5) was more significant for diseases musculoskeletal and connective tissue (360 days) and the rate of sick leave (I6) showed an average of 7 days of absenteeism for wear from pregnancy, childbirth and puerperium. The frequency of days of sickness leave (I7) showed the superiority of mental and behavioral disorders among nursing technicians, diseases of the musculoskeletal system and connective tissue among nursing assistants, and respiratory diseases among the other health workers. The rate of sick leave by professional category (I8) was more significant for respiratory illnesses among all workers. The days of removal by grouping ICD (I9) showed that major absences resulted from the injury, poisoning and certain other consequences of external causes among nurses in mental and behavioral disorders among nursing technicians, neoplasm's among assistants and problems arising from pregnancy, childbirth and for other workers. The results allowed the intervention proposals development, which were presented to managers of the institution. It is expected that this study can contribute to reflections about the influences of the work environment in the Occupational Health conditions and the improvement of working conditions.