Qualidade de vida de adultos com câncer no primeiro ano após o transplante de células-tronco hematopoéticas
Publication year: 2016
Esta pesquisa teve como objetivo avaliar a qualidade de vida de pacientes adultos com câncer hematológico no primeiro ano após serem submetidos ao transplante de células-tronco hematopoéticas. Estudo quantitativo, observacional, longitudinal e analítico, realizado em um hospital público localizado na região sul do Brasil, referência internacional na realização de transplante de células-tronco hematopoéticas. A amostra foi composta por 45 pacientes adultos com câncer hematológico submetidos a esta terapêutica.
A coleta de dados ocorreu no período de setembro de 2013 a junho de 2016 em três etapas do tratamento:
prétransplante, 100 dias pós-transplante e 360 dias pós-transplante. Foram identificados o perfil sociodemográfico e clínico e aplicados os questionários Quality of Life Questionnaire Core 30 e Functional Assessment of Cancer Therapy - Bone Marrow Transplant, ambos traduzidos e validados para o português - Brasil. Os resultados evidenciaram que a média de idade dos participantes foi de 36,6 anos, 53% (n=24) são do sexo feminino, 56% (n=25) casados ou em união consensual, 64% (n=29) possuem diagnóstico de leucemia, 55% (n=25) com tempo médio de diagnóstico de um a três anos e 71% (n=32) foram submetidos ao transplante alogênico. Quanto ao questionário Quality of Life Questionnaire Core 30, foram resultados estatisticamente significantes, função física na amostra total (p=0,02), função física (p=0,03) e fadiga (p=0,008) no grupo alogênico. Em relação ao questionário Functional Assessment of Cancer Therapy - Bone Marrow Transplant, a análise estatística evidenciou resultados significantes nos domínios bem-estar funcional (p=0,018), na amostra total. Bem-estar funcional (p=0,00025), bem-estar físico (p=0,01) e índice de avaliação de resultado do tratamento (p=0,01), no grupo alogênico. Esses resultados expressam as alterações na qualidade de vida dos pacientes revelando comprometimento nesses domínios. Porém, os pacientes consideram sua qualidade de vida boa após um ano de transplante, com recuperação gradual dos parâmetros basais. Os resultados da pesquisa geram subsídios para o estabelecimento de um plano de ação efetivo e individualizado com vistas a suprir as reais necessidades de cada paciente.
This research aimed to evaluate the quality of life of adult patients with hematologic cancer in the first year, after undergoing transplantation of hematopoietic stem cells. This is a quantitative, observational, longitudinal, and analytical study, carried out in a public hospital in the south region of Brazil, international reference in performing transplantation of hematopoietic stem cells. The sample consisted of forty-five adult patients with hematologic cancers undergoing this therapy. Data collection occurred from September 2013 to June 2016, in three stages of treatment: (a) pretransplant; (b) hundred days post-transplant; and (c) tree hundred and sixty days posttransplant. Sociodemographic and clinical profiles were identified and Quality of Life Questionnaire Core 30 and Functional Assessment of Cancer Therapy - Bone Marrow Transplant. Questionnaires were applied, both translated and validated for the Brazilian Portuguese. Results showed that the average age of participants was 36.6 years old, 53% (n= 4) were female, 56% (n=25) married or in a consensual union, 64% (n=29) were diagnosed with leukemia, 55% (n=25) with diagnosis' average time of one to three years, and 71% (n=32) underwent allogeneic transplantation. As for the Quality of Life Questionnaire Core 30 questionnaire, results were statistically significant for physical function in the total sample (p=0,02), and physical function (p=0,03), and fatigue (p=0,008) in the allogeneic group. Regarding the Functional Assessment of Cancer Therapy - Bone Marrow Transplant questionnaire, statistical analysis showed significant results in functional well-being areas (p=0,018), in the total sample. Functional well-being (p=0,00025), physical well-being (p=0,01) and evaluation of treatment outcome index (p=0,01), in allogeneic group. These results show the changes in the patients' quality of life, showing commitment in these areas. However, patients consider that their quality of life is good one year after transplantation, with gradual recovery of baseline parameters. The search results generate subsidies for the establishment of an effective and individualized action plan to meet the real needs of each patient.