(Re)significando o climatério de mulheres que o vivenciam na perspectiva do interacionismo simbólico
Publication year: 2019
Estudo descritivo, de cunho qualitativo, que busca compreender os significados atribuídos por mulheres no climatério na perspectiva do interacionismo simbólico, bem como as repercussões nas diversas dimensões do seu cotidiano. Partiu-se do pressuposto de que, na perspectiva do interacionismo simbólico, (re)significar o climatério para mulheres que o vivenciam repercutirá em autonomia e liberdade colocando-as como protagonistas de enfrentamento das modificações inerentes a esta fase da vida. Objetivou-se: analisar, sob a perspectiva do interacionismo simbólico, o processo de significação da mulher que vivencia o climatério e analisar, sob a perspectiva do interacionismo simbólico, a influência do climatério na interação social destas mulheres. Como cenário, foi utilizado a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Campus de Jequié. A técnica de coleta dos dados foi a entrevista individual semiestruturada, em horários pré-determinados entre a pesquisadora e as participantes, em locais com menor circulação de pessoas para a manutenção da privacidade e menor possibilidade de interrupções. Para subsidiar a técnica da entrevista foi utilizado um roteiro pré-elaborado. As entrevistas foram gravadas em aparelho mp7 gravador de voz, transcritas e preservadas na íntegra. Participaram 17 mulheres com faixa etária entre 43 e 64 anos que estivessem vivenciando ou que vivenciaram o climatério. A quantidade de participantes foi baseada na saturação teórica. As participantes assinaram o TCLE. O projeto foi aprovado mediante o parecer do CEP de número 2.187.889. Os dados foram analisados e organizados em conformidade com a Grounded Theory. Emergiram seis categorias e uma categoria central que foram discutidas com base no interacionismo simbólico. Os resultados apontaram que as participantes do estudo compreendem o climatério como processo inevitável, assim como as modificações físicas e emocionais inerentes a ele. Mostraram momentos de aceitação e rejeição. Reconheceram que o estilo de vida saudável, estrutura familiar, religião, trabalho, amigos, colegas de trabalho, viagem, médico, são estratégias ou segmentos sociais que ajudam na compreensão do fenômeno, na sua ressignificação e na superação das modificações apresentadas, quer seja pelo enfrentamento naturalizado ou não. Buscam estratégias de enfrentamento por meio da capacidade de interpretação das situações vivenciadas constituídas culturalmente. Assim, elas transitam por momentos em que não abrem mão da medicalização, e em outros optam pela desmedicalização, vivendo em constante indecisão. Os sentidos atribuídos às características do climatério surgem da interação estabelecida consigo mesmas e com seu grupo social. Para as mulheres, o climatério configura-se como um processo de transição na vida, durante o qual podem oscilar entre sua concepção pautada em significados vinculados à visão de mundo medicalizada e a desmedicalizada, a partir dos quais agem e interagem socialmente.
This is a descriptive, exploratory, qualitative study aiming to understand the meanings attributed by women to the climacteric in the perspective of symbolic interactionism, as well as its repercussions in the various dimensions of their daily life. It was assumed that, in the perspective of symbolic interactionism, (re) signifying the climacteric for women who experience it will have repercussions on autonomy and freedom, placing them as protagonists in coping with the inherent changes in this phase of life. The objective of this study was to analyze, from the perspective of symbolic interactionism, the signification process of women undergoing the climacteric and to analyze, from the perspective of symbolic interactionism, its influence on the social interactions of these women. As setting, we used the State University of Southwest Bahia, Jequié Campus. The technique of data collection was a semi-structured individual interview, at predetermined times, between the researcher and the participants, in places with less movement of people to maintain privacy and having less possibility of interruptions. To support the interview technique, a pre-elaborated script was used. The interviews were recorded on a mp7 recorder voice recorder, transcribed and preserved in full in their original speech. The participants were 17 women aged between 43 and 64 years and the inclusion criteria were women who were experiencing or had experienced the climacteric. The number of participants was based on theoretical saturation. The participants who agreed to the study signed the consent forms in two ways. The project was approved by CEP ruling N° 2.187.889. The data were analyzed and organized in accordance with Grounded Theory. Six categories and a central category emerged that were discussed based on symbolic interactionism. The results pointed out that the study participants understand the climacteric as an inevitable process, as well as the physical and emotional changes inherent to it. They showed moments of acceptance and rejection. They recognized that a healthy lifestyle, family structure, religion, work, friends, work colleagues, travel, the doctor, are strategies or social segments that help in understanding this phenomenon, in its resignification and in overcoming the changes it brings along, naturalized or not. They also pursue coping strategies through the ability to interpret culturally the experienced situations. Thus, they go through times when they do not give up the medicalization, but at other times they opt for demedicalization, living in constant indecision. The senses attributed to the characteristics of the climacteric emerge in this study from the interaction established with themselves and with their social group. For women, the climacteric is a process of transition in life, during which they can oscillate between their conception based on meanings linked to the medicalized and demedicalized worldview, from which they act and interact socially.