Vivência de adolescentes com diabetes mellitus tipo 1 na perspectiva da ética da alteridade

Publication year: 2017

ntrodução:

O adolescente com diabetes vivencia os conflitos da adolescência e enfrenta as demandas decorrentes da doença e da terapêutica.

Objetivo:

Conhecer a vivência de adolescentes com diabetes mellitus tipo 1 na perspectiva da Ética da Alteridade.

Método:

Estudo qualitativo, exploratório-descritivo, realizado no Ambulatório de Pediatria do Hospital Universitário Lauro Wanderley na cidade de João Pessoa-PB, com nove adolescentes com diabetes tipo 1. Os dados foram coletados por meio de grupo focal e de entrevistas semiestruturadas, e foram interpretados com a análise temática. O estudo teve aprovação de um Comitê de Ética em Pesquisa, protocolo nº 1.203.218, CAAE 47909515.3.0000.5183.

Resultados:

Os dados permitiu a construção das seguintes categorias: Convivendo com o diabetes; Vivências de adolescentes com diabetes no meio familiar; Vivências de adolescentes com diabetes no meio social e Vivências de adolescentes com diabetes com a equipe multiprofissional. Desde o diagnóstico, os pais assumiram a responsabilidade pelo cuidado aos filhos, e, na perspectiva da Ética da Alteridade, estiveram presentes e abertos para acolhê-los enquanto Outro, apoiando-os na terapêutica. Os adolescentes demonstraram ser pessoas confiantes, com autoestima preservada, que conseguem conviver em comunidade, assumindo sua condição diante de seus pares, sendo estes sensíveis às suas necessidades, fazendo-se presentes, auxiliando-os no autocuidado, e respeitando-os na sua Alteridade. A assistência recebida pela equipe multiprofissional foi considerada pelos adolescentes como “ótima”, pois a relação estabelecida é permeada pela empatia, respeito e cumplicidade, embora estratégias ineficientes tenham sido utilizadas por um dos membros da equipe, que não contribuiu para mudança de percepção e comportamento do adolescente.

Considerações Finais:

Os adolescentes com diabetes e suas famílias mostram-se sujeitos ativos na terapêutica e apresentam singularidades que precisam ser contempladas no projeto terapêutico. Conhecer essas vivências, na perspectiva da Ética da Alteridade, possibilita às equipes multiprofissionais refletirem acerca do cuidado prestado, respeitando a alteridade dos adolescentes com diabetes, por meio da escuta qualificada para atender suas demandas singulares. (AU)

Introduction:

The adolescent with diabetes experiences the conflicts of adolescence and tackles the demands resulting from the disease and the medical therapy.

Objective:

To know the experience of adolescents with type 1 diabetes mellitus from the perspective of the Ethics of Otherness.

Method:

This is a qualitative and exploratory-descriptive study, which was performed in the Pediatric Outpatient Clinic of the Lauro Wanderley University Hospital, in the city of João Pessoa, with nine adolescents with type 1 diabetes. Data were collected by means of a focus group and semi-structured interviews, and were interpreted through thematic analysis. The study was approved by a Research Ethics Committee, protocol nº 1.203.218, CAAE 47909515.3.0000.5183.

Results:

The analysis of the speeches enabled us to build following categories: Living with diabetes; Experiences of adolescents with diabetes in the family environment; Experiences of adolescents with diabetes in the social environment and Experiences of adolescents with diabetes with the multidisciplinary team. Since the diagnosis, parents took the responsibility of caring for their children, and, from the perspective of the Ethics of Otherness, they were present and open to welcoming them as “Other”, thus supporting them in the medical therapy. The adolescents proved to be confident people, with preserved self-esteem, who manage to live in community, taking up their condition before their peers, thus becoming sensitive to their needs, making themselves present, helping them in self-care, as well as respecting them in their Otherness. The assistance received from the multidisciplinary team was considered by the adolescents as “optimal”, because the established relationship is pervaded by empathy, respect and complicity, although some ineffective strategies have been used by one of the team members, which did not contribute to changing the perception and behavior of the adolescent.

Final Considerations:

The adolescents with diabetes and their families are active subjects in the medical therapy and show peculiarities that need to be addressed in the therapeutic project. By knowing these experiences, from the perspective of the Ethics of Otherness, the multidisciplinary team may reflect on the care provided, thus respecting the otherness of the adolescents with diabetes, through a qualified listening to meet their peculiar demands. (AU)