Estresse dos enfermeiros que atuam em unidades de terapia intensiva no Brasil
Stress among nurses who work at intensive care unit in Brazil
Publication year: 2007
O presente estudo propõe um levantamento do nível de estresse e dos principais estressores presentes entre enfermeiros de unidades de terapia intensiva (UTI) das regiões geográficas do Brasil. A população estudada foi constituída por 263 enfermeiros atuantes nas UTIs dos diversos hospitais de alta complexidade das capitais dos Estados brasileiros. Os dados foram coletados utilizando-se a Escala Bianchi de Stress, constituída por caracterização sociodemográfica e 51 itens que versam sobre as atividades desempenhadas pelos enfermeiros. A análise estatística foi descritiva e inferencial, foi utilizado o alfa de Cronbach para avaliar a confiabilidade dos dados, os testes não-paramétricos de Man-Whitney e Kruskall-Wallis para testar a diferença nas classificações de grupos independentes, e a análise de variância ANOVA, quando o valor do teste foi significativo. Com a finalidade de promover a comparação e estudo dos dados, foi realizado o escore de estresse em 6 domínios, englobando o relacionamento (A), funcionamento da unidade (B), administração de pessoal (C), assistência de enfermagem (D), coordenação da unidade (E) e condições de trabalho (F). Os níveis obtidos foram classificados em baixo (até 3,0), médio (de 3,1 a 4,0), alerta (de 4,1 a 5,9) e alto (acima de 6,0). A amostra foi eminentemente feminina (91,6%), jovem (80,2% com menos de 40 anos), sendo a maioria da população com 2 a 5 anos de formado (34,6%), atuantes na UTI há aproximadamente 5 anos,sendo 87,8% enfermeiros assistenciais, 71,5% atuantes de UTI geral, 74,5% com pós-graduação Latu-Sensu, 38,8% atuantes na Região Nordeste. Os enfermeiros obtiveram escore individual de estresse entre 2,41 e 5,21, porém a maioria ficou entre médio e alerta. Considerando-se o escore de estresse por Região, obteve-se que SE>CO>N>NE>S para a análise dos 6 domínios, obteve-se C>F>E>D>B>A, independentemente da região ) geográfica a que pertencia o enfermeiro. A presença de uma pós-graduação para os domínios C e D apresentaram relação estatisticamente significante (p < 0,05), na qual foi encontrada diferença para os enfermeiros da Região Sudeste que apresentaram níveis mais elevados comparados aos da Região Nordeste. Fica patente que a resposta aos estressores da UTI depende da avaliação individual e que a administração de pessoal é um estressor presente em todas as Regiões Brasileiras.
This study suggests a lift of stressors among Brazilian nurses who work at Intensive Care Units (ICU) of Brazilian´s area. The sample was constituted by 263 nurses who work at high complexity hospitals in the capitals of Brazilian States. Data was obtained using a Bianchi Stress Inventory´ that enclosed socio-demographic data and 51 items which turn on the activities developed by nurses. Statistical analysis was described and inferential, using Cronbach alpha to evaluate the reliability of data, the Man-Whiney and Kruskall-Wallis non-parametric tests in order to check the difference in the classifications of independent groups, and the analysis of variance by ANOVA, when the value was significant. In order to promote the comparison and the study of data, it was used a score of stress and classified into 6 areas: relationship (A), unit functioning (B), staff administration (C), nursing assistance (D), unit coordination (E) and work conditions (F). The stress level was classified in low (under 3,0), medium (from 3,1 to 4,0), alert (from 4,1 to 5,9) and high (above 6,0). The sample was eminently feminine (91,6%); young (80,2% under 40 years old); from 2 to 5 years after finishing a graduation course (34,6%); has worked at ICU for 5 years as assistant nurses (87,8%), has worked in general ICU (71,5%), Latu-Sensu post-graduated (74,5%), and 38,8% has worked in Northeast States. The individual score stress of nurses varied from 2,41 to 5,21 considered from medium to alert.