Educação em saúde: análise do ensino na graduação em enfermagem no estado de São Paulo
Health education: analysis of the teaching in nursing graduation courses in the state of São Paulo
Publication year: 2009
O estudo analisou, na perspectiva da Saúde Coletiva, o ensino de educação em saúde em quatro cursos de graduação no estado de São Paulo, de instituições públicas e privadas. Tratou-se de pesquisa de caráter exploratório-descritivo-analítico, de abordagem qualitativa, que utilizou análise documental e entrevista semi-estruturada, com base em roteiro. A análise dos resultados seguiu os passos da análise de conteúdo e identificação de núcleos temáticos. Treze foram os sujeitos pesquisados, sendo a maioria de mulheres, com doutorado, que reconheceram a necessidade e buscaram a formação para o desempenho do papel de docente; percebem o trabalho como dinâmico e estimulante para mudanças próprias e nos alunos. Utilizaram diferentes referenciais teóricos para abordagem educativa, cujo adensamento nem sempre se fez acompanhar da análise crítica das implicações nas práticas assistenciais dos alunos e para a população. O trabalho educativo contribuiu para a formação majoritária de profissionais mais sensíveis à problemática social e à diversidade cultural da população; mais abertos para a escuta das necessidades em saúde dos indivíduos, com potencialidade para a prestação de assistência integral, conhecedor da estrutura assistencial do SUS, dispostos a compartilhar conhecimentos e a continuar aprendendo. Os resultados evidenciam ainda que o ensino desenvolvido permanece vinculado ao modelo biomédico preventivo, e que as concepções de educação crítica e as práticaseducativas populares são escassas, por um lado, devido à deficitária formação política dos docentes, por outro, em conseqüência do enfrentamento de um contexto acadêmico de implementação do ideário neoliberal. As mudanças curriculares empreendidas nas Instituições carecem de articulações intra e intersetoriais para viabilizar as transformações necessárias. Esperam os agentes docentes que a enfermagem alcance maior ) grau de autonomia, realize mudanças na sua prática social a fim de beneficiar-se da potencialidade que possui para o desenvolvimento das ações educativas e que estas ações sejam desenvolvidas por todas as profissões da saúde.
The study has analyzed, from the perspective of public health, the teaching of educational actions in health care in four graduation courses in São Paulo, both in public and in private institutions. It has dealt with research of an exploratory-descriptive-analytical character, with a qualitative approach and has used documental analysis and semi-structured interviews based on a plan of action. The analysis of results followed the steps of the content analysis and the identification of thematic nuclei. Thirteen subjects were interviewed, most of them women with a doctors degree who acknowledged the need for education and looked for it to perform the role of professors; they view the work as dynamic and stimulating leading to changes both in themselves and in the students. They used different theoretical references for educational approach, whose density was not always followed by the critical analysis of the implications in health care practices of students and the population. The educational work has contributed for the education of the majority of professionals who were more sensitive to social problems and to the populations cultural diversity; more open to listening to the needs of individuals in terms of health, with the potential for integral assistance service, who were aware of the SUS assistance structure and willing to share their knowledge and to go on learning. The results also show that the teaching developed is still linked to thepreventive biomedical pattern, and that critical education concepts and popular educational practices are rare, on the one side, due to the deficient political education of professors, and on the other, as a consequence of having to face the academic context of the implementation of neoliberal ideas. The changes in curriculum performed in institutions lack intra and inter sectorial articulations so as to make necessary changes possible. Professors expect nursing to reach a higher degree of autonomy, to perform changes in its social practice so as to benefit from the potential it has for the development of educational actions, and that these actions are developed by all health professionals.