Dor crônica em pacientes esquizofrênicos: prevalência e características
Chronic pain in schizophrenics patients: prevalence and characteristics
Publication year: 2009
A prevalência de dor crônica entre pacientes com transtornos psiquiátricos é, possivelmente, no mínimo igual à da população geral; no entanto, são poucos os estudos na área.
Objetivos:
Avaliar a prevalência e as características da dor crônica em pacientes com esquizofrenia e comparar a qualidade de vida dos pacientes com e sem dor crônica.Método:
Estudo transversal que envolveu uma amostra probabilística de 205 pacientes adultos, com diagnóstico de esquizofrenia (idade média 37 anos; 65% homens; média de anos de escolaridade 9 anos; 87% sem companheiro(a); 65% residiam com os pais; como ocupação principal, 25% eram trabalhadores dos serviços), atendidos em um ambulatório de hospital público do município de São Paulo, Brasil. Os pacientes foram entrevistados por meio de dois instrumentos caracterização da população e da dor e a Escala de Qualidade de Vida WHOQOL-bref.Resultados:
A prevalência de dor em pacientes esquizofrênicos foi de 36,6% (75 pacientes). A dor foi mais presente no abdômen (30,7%), seguida da cabeça, face e boca (24%) e região lombar, sacra e cóccix (14,7%). Com relação à freqüência, 24% dos entrevistados referiram ter dor todos os dias, com duração entre 1 a 6 horas, 33,3% afirmaram ter dor de duas a três vezes por semana e 40% referiram dor em períodos mais espaçados, uma vez por semana e a cada quinze dias e somente 2,7% (n=2) uma vez por mês. O tempo médio de dor foi de 41 meses (DP=42,8). Dor moderada foi prevalente. Os escores de qualidadede vida foram baixos para os doentes do grupo sem dor (domínios físico 12,5; psicológico 11,9; social 7,4 e meio-ambiente 9,6) e com dor (domínios físico 11,4; psicológico 11,9; social 7,5 e meio-ambiente 10,6). Na comparação entre os grupos, o domínio físico apresentou diferença (p.
Background The prevalence of chronic pain among patients with psychiatric disturbance is possibly at least similar to the general population; however, there are too few studies in this field.