Modos de ser do idoso com sequela de acidente vascular cerebral: cuidado familiar
Publication year: 2009
Esse trabalho teve como objeto os modos de ser do idoso com sequela de acidente
vascular cerebral (AVC) sendo cuidado no domicílio pela família e, como objetivo,
compreender esses modos de ser. Trata-se de uma pesquisa fenomenológica
pautada em Martin Heidegger e sua obra Ser e Tempo. Foi realizada entrevista
fenomenológica com 5 idosos após aprovação do comitê de ética e aceite destes em
participar da pesquisa. Os idosos estavam inscritos em 2 programas de assistência
domiciliar, possuíam sequela de AVC, e estavam no domicílio, levando o seu
cotidiano com a ajuda de familiares. As entrevistas gravadas foram realizadas no
domicílio e, após a transcrição e leitura, foram construídas as unidades de
significado: Ex-siste em um cotidiano vazio; Encontra-se em situação de
dependência; Angustia-se pelo seu ser-no-mundo; Revive o passado; Substitui o
ser-com pelo ser-junto. Submetendo essas unidades a hermenêutica heideggeriana,
construí as unidades de significação: Temporaliza o vigor de ter sido de modo
impróprio; Vivencia sua presença, na maioria das vezes, na historicidade imprópria;
Vivencia o seu ser-no-mundo, na maioria das vezes, como ente meramente
presente. Compreendi então, a partir destas, que esses idosos vivenciam seu
cotidiano muito mais impropriamente do que propriamente, e que os modos de ser
apresentados, dependem da sua temporalidade, influenciada por fatores como:
relações familiares, redes de apoio, nível sócio econômico e educacional,
localização e extensão do AVC, personalidade entre outros. Esses elementos irão
refletir na maneira como cada um se porta, diante das demandas de mundo, e como
responde a essas, através de modos de ser. (AU)