Publication year: 2015
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um importante fator de risco para o desenvolvimento
das doenças cardiovasculares com destaque nos homens que não realizam com regularidade
as medidas de prevenção.
Os objetivos deste estudo foram:
descrever os hábitos de vida, a
avaliação antropométrica e o nível de estresse de homens hipertensos; verificar a associação
entre variáveis sociodemográficas com hábitos de vida, dados antropométricos e o nível de
estresse de homens hipertensos; desenvolver e implementar um projeto de educação em saúde
com homens hipertensos; e comparar os hábitos de vida, a avaliação antropométrica, o
conhecimento sobre a HAS e seus fatores de risco e o nível de estresse dos homens
hipertensos antes e após a implementação do projeto de educação em saúde. Pesquisa
quantitativa, longitudinal com intervenção não controlada do tipo before and after, realizado
em um centro de saúde municipal referência para doenças cardiovasculares em Salvador-BA.
Recrutou-se 80 homens para participar da intervenção e 26 aderiram às atividades propostas.
Foram empregados cinco instrumentos na coleta e os dados foram levantados por meio de
entrevista e avaliação clínica. O projeto compreendeu a realização de quatro oficinas
temáticas sobre HAS e seus fatores de risco, contatos telefônicos, envio de mensagens curtas
via SMS e consulta individual. Analisaram-se os dados em percentuais, média e desvio
padrão. Para as associações de interesse foi aplicado o Teste Qui-Quadrado de Person ou o
Exato de Fisher (p<0,005). Para comparar comportamento e conhecimento antes e após a
intervenção foi aplicado o modelo de regressão de poisson robusto obtendo-se a razão de
prevalência, com o respectivo intervalo de confiança de 95%. Os resultados evidenciaram um
predomínio de homens na faixa etária de 30 a 59 anos, raça/cor negra, casados, baixa
escolaridade, situação laboral ativa, baixa renda e pressão arterial descontrolada. As
prevalências de fatores de risco descontrolados para hipertensão foram:
tabagismo (8,7%),
fumantes passivos (40,0%), consumo excessivo de bebida alcóolica na semana (8,7%) e no
final de semana (38,7%), baixo padrão de atividade física (47,5%), alto nível de estresse
(50%), excesso de peso (82,5%). Hábitos alimentares inadequados predominantes foram:
consumo inferior a 5 vezes/semana de peixe (96,3%), frango (72,5%), verduras e saladas
(66,3%) e uso de produtos para substituir o sal (41,2%). O sedentarismo foi associado
significativamente a idosos, ingestão excessiva de bebida alcoólica no final de semana, a
brancos e de baixa escolaridade; o tabagismo atual a faixa etária de 30 a 59 anos; o passivo a
homens brancos e sem companheira e o excesso de peso a baixa renda, brancos, de 30 a 59
anos, sem ocupação e maior escolaridade. A comparação do conhecimento sobre HAS e seus
fatores de risco mostrou mais acertos para todas as questões após as oficinas. Constatou-se
comportamento mais saudável após intervenção. A efetividade do projeto de educação em
saúde na melhora do conhecimento dos homens e também para adoção de hábitos de vida
mais saudáveis foi evidente. Sugere-se que as etapas do projeto sejam reaplicadas e avaliadas
como estratégia para modificar o perfil epidemiológico da hipertensão. (AU)