Qualidade de vida de trabalhadores com distúrbios osteomusculares em Salvador
The quality of life of workers with musculoskeletal disorders in Salvador
Publication year: 2013
A qualidade de vida tem se tornado um tema importante na sociedade atual e muito discutido nas últimas décadas. Constitui-se em objetivo geral da pesquisa: analisar o nível de qualidade de vida de pessoas com distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho em Salvador antes e após os distúrbios. Estudo de corte transversal, quantitativo, não experimental, realizado em ambulatórios, clínicas de fisioterapia, serviço médico e centro de atenção à saúde do trabalhador. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi a Escala de Qualidade de vida para Portadores de Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e inferencial. Realizado teste t e Análise de Variância para avaliar se houve diferença nas dimensões de qualidade de vida entre os grupos e a regressão linear para testar o poder preditivo das variáveis quantitativas. Adotou-se o nível de significância estatística de 5%. A amostra foi constituída de 212 trabalhadores. Quanto ao local da coleta, predominou um ambulatório Federal; a média de idade foi de 46,4 anos; predominaram mulheres, estado civil casados e o nível médio completo de escolaridade; a renda mensal entre 1 a 3 salários mínimos; a jornada de trabalho mais de 40 horas; 12,4 anos na função que causou os distúrbios e 2,4 anos o tempo médio que procuraram atendimento médico após os sintomas; 3,4 anos afastados do trabalho e 3,7 anos a quantidadade de afastamentos. A ocupação predominou escriturário, os diagnósticos a Síndrome Túnel do Carpo, problemas de saúde adquiridos após os distúrbios, a depressão; e o tratamento que realizam após os distúrbios é o não medicamentoso. Na análise geral do construto, foi verificado que a média de qualidade de vida piorou após os distúrbios para todos os domínios (p<0,001). Este resultado demontra a sensibilidade da escala em detectar mudanças de qualidade de vida. Verificou-se que os homens (4,18, DP=0,63) possuem uma média de qualidade de vida inferior às mulheres (4,03, DP=0,50). A variável renda, na dimensão psicológica, apresentou diferença significativa (p<0,005). Comparações post hoc com o teste de Tukey mostraram que os trabalhadores com renda de até 1 salário mínimo (5,03, DP=0,93) possuem qualidade de vida inferior aos com renda entre 3 a 6 salários mínimos (4,49, DP=0,90). Na análise de regressão simples, nenhuma das variáveis apresentou correlação significante. Concluiu-se que o nível de qualidade de vida apresenta diferenças significantes em todos os domínios entre o antes e o após os distúrbios osteomusculares. (AU)