Publication year: 2018
Introdução:
O excesso de peso é um fenômeno universal cuja prevalência é crescente nos
últimos anos. Associa-se ao modo de viver da sociedade moderna, mais especificamente à
prática de atividade física e ao padrão alimentar. Por esta razão, a atividade física é um
fator crítico para determinar se um indivíduo será capaz de manter um peso saudável.
Objetivo:
Verificar os fatores associados à inatividade física total e no lazer em mulheres
com excesso de peso. Método:
Estudo transversal, com 142 mulheres submetidas a
entrevista e avaliação antropométrica em ambulatório para tratamento da obesidade, em
Salvador, Bahia. Na análise bivariada empregou-se a razão de prevalência com intervalo de
confiança (IC) de 95% para analisar a associação entre variáveis de interesse e a
inatividade física total e no lazer. Na análise bivariada, empregou-se também o teste de
Qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fisher e as variáveis com p ≤0,20 entraram no
modelo de regressão logística múltipla sendo a Odds Ratio corrigida pelo modelo de
Poisson. Adotou-se significância estatística de 5%. Resultados:
A idade média foi 50,66
anos (DP=11,59); predominaram mulheres negras (93,7%), com filhos (81,8%), ensino
médio completo/incompleto (58%), união estável (55,9%), baixa renda (39,2%), ≤ oito
horas de trabalho/dia (65,7%). Houve maior proporção de obesidade grau III (31,5%)
seguida do grau I (29,4%) e II (21,7 %). A prevalência da inatividade física por domínio,
avaliada pelo International Physical Activity Questionnaire, foi de 64,4% no trabalho;
78,1% no deslocamento; 54,2% no domicílio e 85,2% no lazer. Considerando o nível de
atividade física total 34,5% eram inativas. Na análise bivariada houve associação
significante entre inatividade física no lazer e índice de massa corporal, autoeficácia para
atividade física, percepção do ambiente, dependentes no domicílio, estado de saúde
percebido e número de comorbidades. Na regressão, a inatividade física no lazer associouse ao número de comorbidades (RP:1,31; IC 95% 1,06;1,64); a autopercepção de saúde
ruim (RP: 1,28; 1,01;1,61); a baixa autoeficácia (RP:1,27; 1,06; 1,51) e a percepção do
ambiente ruim (RP:1,27; IC 95% 1,01;1,60). Para o nível de atividade física total, na
análise bivariada verificou-se associação entre inatividade física e idade ≥ 60 anos,
mulheres com companheiro, sobrepeso; duas comorbidades e autopercepção de saúde e
autoeficácia regular/ruim e, no modelo multivariado, mulheres com autopercepção de
saúde regular e ruim tiveram aumento respectivo de 124% (RP 2,24; IC 95% 1,05;4,77) e
150% (RP: 2,50; IC 95% 1,10;5,67) na inatividade física total. Mulheres com pior
autoeficácia, ≥ 60 anos, com companheiro e agregação de comorbidades apresentaram
direção de aumento da inatividade física total. Conclusão:
A maioria das mulheres eram
ativas no escore total de atividade física. Na análise multivariada a autopercepção de saúde
associou-se significativamente à inatividade física total. Houve alta prevalência de
inatividade física no lazer. No modelo multivariado, a inatividade física no lazer associouse significativamente ao número de comorbidades, a autopercepção de saúde ruim, a baixa
autoeficácia e a percepção do ambiente ruim. O estudo orienta para a elaboração de
programas de promoção da saúde e redução de agravos associados a inatividade física. (AU)
Introduction:
Overweight is a universal phenomenon whose prevalence has increased in
recent years. It is associated to the way of life of modern society, more specifically to the
practice of physical activity and to the dietary pattern. For this reason, physical activity is a
critical factor in determining if an individual will be able to maintain a healthy weight.
Objective:
To verify the factors associated with total physical inactivity and leisure time in
overweight women. Method:
A cross-sectional study with 142 women submitted to an
interview and anthropometric evaluation in an outpatient clinic for treatment of obesity, in
Salvador, Bahia. In the bivariate analysis, the prevalence ratio with a 95% confidence
interval (CI) was used to analyze the association between variables of interest and total and
physical inactivity in leisure. In the bivariate analysis, the Pearson's Chi-square test or the
Fisher's exact test were also used, and the variables with p ≤0.20 entered into the multiple
logistic regression model and the Odds Ratio was corrected by the Poisson model.
Statistical significance was set at 5%. Results:
The mean age was 50.66 years (SD =
11.59); (81.8%), complete / incomplete high school (58%), stable union (55.9%), low
income (39.2%), ≤ eight hours Of work / day (65.7%). There was a higher proportion of
grade III obesity (31.5%) followed by grade I (29.4%) and grade II (21.7%). The
prevalence of physical inactivity per domain, evaluated by the International Physical
Activity Questionnaire, was 64.4% at work; 78.1% in displacement; 54.2% at home and
85.2% at leisure. Considering the level of total physical activity, 34.5% were inactive. In
the bivariate analysis there was a significant association between physical inactivity in
leisure and body mass index, autoefficacy for physical activity, perception of the
environment, dependents at home, perceived health status and number of comorbidities. In
the regression, physical inactivity in leisure was associated with the number of
comorbidities (RP: 1.31, 95% CI 1.06, 1.64); Self-perception of poor health (RP: 1.28,
1.01, 1.61); (RP: 1.27, 1.06, 1.51) and the perception of poor environment (RP: 1.27, CI
95% 1.01, 1.60). For the level of total physical activity, in the bivariate analysis there was
an association between physical inactivity and age ≥ 60 years, women with partners,
overweight; Two comorbidities and self-perception of health and regular / poor selfefficacy, and in the multivariate model, women with regular and poor self-perception of
health had a respective increase of 124% (PR 2.24, CI 95% 1.05, 4.77) and 150 % (RP:
2.50, CI 95% 1.10, 5.67) in overall physical inactivity. Women with worse self-efficacy, ≥
60 years, with companion and aggregation of comorbidities presented a direction of
increase of total physical inactivity. Conclusion:
Most of the women were active in the
total physical activity score. In the multivariate analysis the self-perception of health was
significantly associated to the total physical inactivity. There was a high prevalence of
physical inactivity in leisure. In the multivariate model, physical inactivity in leisure was
significantly associated with the number of comorbidities, poor self-perception of health,
low self-efficacy and poor environment perception. The study guides the development of
health promotion programs and the reduction of diseases associated with physical
inactivity. (AU)