Cogestão na escola de formação técnica em saúde da Rede SUS Bahia
Publication year: 2017
Com novos conceitos instituídos pelo processo de reforma sanitária, tem-se o ordenamento da
formação de recursos humanos na área da saúde como pressuposto para reformulação das
práticas e a gestão como fundante para essa transformação institucional Diante deste cenário,
esse trabalho de dissertação tem como objetivo geral analisar o modelo de cogestão da escola
de formação técnica em saúde da rede SUS Bahia, no período de 2007 a 2015. Este estudo se
constituiu em uma pesquisa do tipo descritiva-exploratória, um estudo de caso único, com
abordagem qualitativa. Teve como campo de investigação a Escola de Formação Técnica em
Saúde (EFTS), na cidade de Salvador – Bahia. Os participantes da pesquisa foram os
integrantes do grupo gestor da escola e a coleta de dados se deu por meio de questionário para
caracterizar os gestores e de entrevista semiestruturada, para análise dos dados, foi utilizada a
análise de conteúdo. Foram respeitados os aspectos éticos com base na Resolução nº 466/12,
constando o parecer do Comitê de Ética e Pesquisa nº 844.612. A pesquisa contou com sete
participantes, 85% do gênero feminino, 100% com nível superior e 71% com curso na área de
gestão e 100% com experiência em gestão anterior ao cargo atual. Durante o processo de
análise de conteúdo emergiram cinco categorias distribuídas em três eixos temáticos. 1)
Desenvolver a Cogestão no Cotidiano: Práticas tradicionais e o método da roda; 2)
Instrumentos da Cogestão: Planejamento; Instrumentos pedagógicos; Financiamento do SUS;
3) Atores que Compartilham a Tomada de Decisão: Democracia institucional. Constata-se
avanços incipientes na construção de espaços coletivos para tomada de decisão, e esta, apesar
de ocorrer em espaços coletivos, ainda incorpora caráter centralizador; verificou-se indícios
no fortalecimento da intersubjetividade dos trabalhadores da escola, e suporta os princípios da
política de gestão do trabalho. Identificamos como entrave estruturas rígidas do sistema (nível
nacional) que dificultam a implantação efetiva desse novo modelo, sendo necessária uma
reorganização a nível nacional no sentido da construção da autonomia e do controle social das
instituições. Assim, encontramos possibilidades que se aproximam da cogestão e práticas que
a distanciam. Espera-se contribuir no desenvolvimento científico na área da cogestão, a fim de
melhor subsidiar a prática desses gestores.(AU)