Publication year: 2016
Introdução:
Os homens apresentam-se vulneráveis às doenças crônicas e em geral procuram pouco os serviços de saúde para a sua prevenção e controle. A hipertensão arterial sistêmica consiste em uma doença crônica e em fator de risco frequente e independente para as doenças cardiovasculares, sendo que seu controle reduz esse risco. Esforços políticos, técnicos e científicos tem sido gerados para o enfrentamento do descontrole da pressão arterial, as taxas de adesão ao tratamento em baixas. Constitui-se em objetivo geral da pesquisa: verificar os fatores associados ao descontrole da pressão arterial em homens hipertensos, e objetivos específicos: estimar os níveis de pressão arterial em homens hipertensos e descrever os fatores para o descontrole da pressão arterial em homens hipertensos. Métodos:
Trata-se de um estudo transversal, realizado no Centro de Referência de Doenças Cardiovasculares, em alvador/BA, com amostra de 130 homens entrevistado se submetidos a avaliação clínica e antropométrica, no período de seis meses. Os dados foram analisados em frequências absolutas e relativas, médias e desvio padrão. Na análise bivariada empregou-se o teste de Qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fisher e procedeu-se ao cálculo das estimativas de razões de prevalência (RP) e de seus respectivos intervalos de confiança de 95%. Na análise múltipla realizou-se a análise de regressão logística múltipla. Sendo a OR corrigida pelo modelo de regressão de Poisson robusto. Adotou-se significância estatística de 5% Resultados: Predominaram adultos entre 28 a 50,9 anos, raça/cor autodeclarada negra, casados, classe ocioeconômica C1 - C2, ensino fundamental completo/incompleto, ativos profissionalmente. As prevalências de fatores de risco descontrolados para hipertensão foram:
tabagismo (7,7%); fumantes passivos (34,6%); consumo de bebida alcoólica (52,3%), sendo excessivo no final de semana (69,1%), baixo padrão de atividade física (59,2%), nível de estresse elevado (52,3%), excesso de peso (77,7%), circunferência da cintura acima do recomendado (81,5%), risco elevado para razão cintura quadril (51,5%). Hábitos alimentares inadequados também foram evidentes com relação a baixa frequência de consumo de verduras (61,5%), saladas (69,2%), frutas (63,8%), frango (69,2%), peixe (93,8%), suco de frutas (73,8%) . Substitutos para o sal eram usados por 50% dos homens. Constatou-se prevalência de descontrole da pressão arterial de 65,4%. Na análise bivariada não houve associação estatisticamente significante entre descontrole dos níveis pressóricos e variáveis sociodemográficas, hábitos de vida e medidas antropométricas. Na análise múltiplao descontrole da pressão arterial associou-se ao uso inadequado da medicação (RP: 1,35, IC 95%: 1,03; 1,76). Conclusão:
O s homens apresentaram elevada prevalência de fatores de risco descontrolados para hipertensão e de descontrole da pressão arterial. O uso inadequado da medicação foi reforçado como importante fator associado ao descontrole. Medidas efetivas para mudança deste panorama são emergenciais e desafiam profissionais de saúde e autoridades públicas tornando-se necessária a instituição de propostas terapêuticas compartilhadas entre usuários, equipe de enfermagem e de saúde.(AU)