Publication year: 2016
Introdução:
O prejuízo da função pulmonar em pacientes com IC, geralmente, ocasiona a
dispneia e a fadiga. A descompensação nestes indivíduos tem como causas mais incidentes:
dispneia, congestão e edema pulmonar. O monitoramento remoto de enfermagem pode
funcionar como instrumento para prevenir a descompensação. Objetivo:
Identificar as
características clínicas capazes de funcionar como fatores de risco para descompensação de
indivíduos que apresentam deterioração da função pulmonar decorrente da insuficiência
cardíaca, em classes funcionais I, II e III. Metodologia:
Trata-se de um estudo do tipo antes e
depois, realizado de Dezembro de 2013 a Outubro de 2014, no ambulatório de referência de IC
em Salvador-BA e na plataforma de monitoramento remoto. Incluídos 50 indivíduos com IC
classe funcional I, II e III divididos em Grupo Exposto (GE) e Grupo não Exposto (GN). Os
dados foram coletados durante através de questionário no ambulatório e durante as ligações
semanais. A análise ocorreu por meio de medidas de tendência central, variabilidade. Para testar
as hipóteses de igualdade entre as proporções dos fatores de risco nos grupos Exposto e Não
Exposto utilizou-se o teste Qui-Quadrado e teste Exato de Fisher expandido. O Risco relativo
(RR) foi a medida utilizada para identificar a relação entre os fatores de risco e o desfecho.
Foram considerados estatisticamente significantes valores com intervalo de confiança maior
que 95% (p ˂ 0,05). Resultados:
Média de idade de 57,3 ± 14,1 anos (GE) e 56±14,6 anos
(GN). Predomínio do sexo masculino no GE (53,3%); GN o percentual foi igual para ambos os
sexos (50%). A maioria dos indivíduos de ambos grupos nasceram no Estado da Bahia (93,3%-
GE; 100%- GN). O tempo de estudo no GE (63,3%) foi maior que no GN (25%). Predominou
renda familiar aproximada de 2 salários mínimos, afrodescendentes; aposentados ou inativos,
casados ou em relação estável. A maioria dos participantes continuaram o tratamento, alguns
desistiram da pesquisa (3,3%GE;1%GN) outros foram a óbito (6,7%GE;GN15%). O tempo de
estudo foi o único fator sócio demográfico que apresentou significância estatística (p valor =
0,008) entre GE e GN. Cianose foi a única característica clínica que apresentou significância
estatística (RR=0,09; IC95%=0,1-0,7) e se mostrou como fator de proteção. Ortopneia
(RR=1,5;IC95%:0,3-8,0), Extremidades frias (RR=1,6;IC95%:0,3-8,4) e Fatores cardíacos
(RR=1,1; IC95%:0,4-2,7), representam risco alto para descompensação, contudo a associação
entre apresentar estas características e descompensar não foi significativa. Nenhum fator de
risco se associou ao desfecho, no Grupo Exposto. O GE descompensou (83,3%) mais que
oGN(65%). O RR do indivíduo monitorado buscar serviço de saúde é alto (RR=2,5;IC95%:0,5-
12,4) e que o menor tempo de permanecia no hospital constitui fator de
proteção(RR=0,8;IC95%:0,1-5,7).Conclusão:
Constatou-se, nesta amostra, que as
características clínicas não constituíram fator de risco para descompensação, fato que pode ser
atrelado às orientações fornecidas pelo monitoramento remoto. Identificou-se que os indivíduos
que descompensaram buscaram mais vezes o serviço de saúde, tiveram diminuídos o tempo de
permanência hospitalar e a ocorrência de óbitos.