Nível de Conforto de Familiares de Pessoas Internadas em Unidade de Terapia Intensiva
Comfort level of family members of patients admitted to Intensive Care Units
Nivel de Conforto de Familiares de Personas Internadas en Unidad de Terapia Intensiva

Publication year: 2014

Introdução:

Conforto, meta do cuidado de enfermagem, precisa ser compreendido a partir das interações dos usuários com os serviços de saúde. Todavia pouco se conhece sobre a experiência de conforto de familiares de pessoas internadas em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e quais variáveis influenciam o nível de conforto desses.

Objetivo Geral:

Investigar a influência de variáveis relacionadas aos familiares de pessoas internadas em UTI e ao contexto de internação dessas sobre o nível de conforto dos familiares.

Métodos:

Estudo transversal, realizado em seis UTIs, distribuídas em três hospitais públicos de ensino da Bahia. A amostra de 250 familiares foi entrevistada empregando-se a Escala de Conforto de Familiares de Pessoas em Estado Crítico de Saúde (ECONF). Dados de caracterização da amostra foram analisados por distribuição de frequências, médias e desvio padrão. O nível de conforto dos familiares, global e por dimensão da ECONF foi analisado em médias aritméticas e separatrizes. Para análise da diferença das médias do nível de conforto global e por dimensão da ECONF segundo variáveis de interesse, empregou-se o teste One Way (ANOVA). O teste de Bartlett foi usado para avaliar a homogeneidade das variâncias. Quando o Bartlett mostrou heterogeneidade das variâncias aplicou-se o teste não paramétrico de Kruskall Wallis. Empregou-se o pós-teste de comparação múltipla, Bonferroni, para identificar quais grupos diferiram entre si. Adotou-se o nível de significância estatística de 5%. Os dados compuseram uma base no programa SPSS, versão 17.0 for Windows e realizou-se as análises no programa Stata versão 11.

Resultados:

Dos 250 familiares, 71,2% estiveram em visita a membros internados em hospitais de Salvador e 28% em hospital de Feira de Santana. A idade média do grupo foi de 40,6 anos (dp 11,9). Predominaram participantes do sexo feminino, casados/união estável, católicos, com 2º grau completo, economicamente ativos e sem experiência anterior com familiar em UTI. A maior parte era filho ou cônjuge do membro internado, porém apenas 44,8% residiam com o mesmo. O próprio entrevistado era o responsável pela família em 41,2% dos casos. O nível global de conforto dos familiares foi médio. Observou-se nível de conforto alto nas dimensões Segurança e Interação Familiar e Ente, médio na dimensão Suporte e menor na dimensão Integração Consigo e com o Cotidiano. A UTI de internamento, o nível de gravidade e o tempo de internação do membro; o sexo, a idade e a renda do familiar; e a natureza do relacionamento do familiar com o membro na UTI influenciaram o nível de conforto.

Conclusão:

O nível de conforto dos familiares por dimensão da ECONF variou de alto a médio e o global foi mediano. Sofreu influência de variáveis relacionadas aos familiares de pessoas em UTI e ao contexto de internação dessas. Os resultados assinalaram a importância da reflexão dos profissionais de saúde quanto à efetividade de práticas de cuidar dirigidas a familiares visando a promoção do conforto, em serviços públicos, no contexto baiano. É um desafio implementar ações que ajudem familiares a minimizar o desconforto vivido com internação do membro na UTI, considerando as variáveis estudadas.(AU)