Educação permanente em saúde: implantação e implementação das práticas em uma organização hospitalar
Continuing health education, the establishment and implementation of practices in a hospital organization
Educación permanente en salud: aplicación e implementación de las prácticas en una organización hospitalaria

Publication year: 2014

A Educação Permanente em Saúde (EPS) é compreendida como uma prática polissêmica de ensino-aprendizagem, que se fundamenta na aprendizagem significativa e organizacional e na participação ativa das equipes de saúde e gestores na problematização das práticas. O objetivo do estudo foi analisar os processos de implantação e implementação das práticas de EPS em uma organização hospitalar do município de Salvador. Trata-se de um estudo de caso, com abordagem qualitativa, desenvolvido, no ano de 2013, em um hospital público e de grande porte, certificado em Acreditação Hospitalar. Os dados foram coletados em documentos e entrevistas com gestores e trabalhadores de categorias e serviços distintos do hospital. A Análise Temática foi adotada como técnica e os dados foram confrontados, destacando pontos significantes, similaridades e diferenças.

Emergiram as categorias analíticas:

concepções sobre EPS, planejamento e operacionalização das práticas educativas, concepções pedagógicas e avaliação das práticas de EPS. Os resultados evidenciaram efetivo investimento e sistemático planejamento para a educação de trabalhadores, sob a gestão de uma enfermeira que exerce a função de planejar e operacionalizar as práticas educativas no hospital. As concepções de EPS convergem para o pouco aprofundamento epistemológico e descrevem práticas educativas instrutivas, organizadas por categoria de profissionais, direcionadas quase que exclusivamente à equipe de enfermagem e centradas na disseminação de orientações para a condução da assistência e realização de procedimentos. O planejamento não contempla participação sistemática das equipes. Estratégias para avaliar a efetividade das ações educativas superam a busca por falhas e incluem auditoria, supervisão e monitoramento de indicadores. O reconhecimento de fragilidades no modelo vigente aponta para a necessidade de reorganização da EPS. Concluiu-se que os processos educativos que não adotam práticas inclusivas e dialógicas e restringem a participação ativa dos trabalhadores em seu processo formativo, ou seja, as etapas de planejamento e de avaliação das atividades de EPS, não favorecem a aprendizagem significativa e organizacional que repercuta em melhoria da qualidade, reformulação dos processos e efetividade do trabalho.(AU)