Publication year: 2009
A pesquisa tem como objetivo geral compreender o que expressam as aprendizagens (re)construídas pelas estudantes de enfermagem, a partir das experiências vividas no estágio curricular na atenção básica no curso de graduação. Analisa-se de que forma o estágio curricular na atenção básica, enquanto espaço de aprendizagem, contribui para a formação profissional e pessoal das estudantes para a atuação neste âmbito da atenção. Esta análise toma como base crítica a constatação de que apesar da pontecialidade formativa do estágio curricular, uma vez que possibilita uma integração efetiva entre o mundo do trabalho e o mundo da escola, sua organização e desenvolvimento encontram-se dissociados dos demais componentes curriculares do curso de graduação em enfermagem, na concepção das estudantes, participantes da pesquisa.
O estudo apresenta como objetivos:
geral - compreender o que expressam as aprendizagens referidas pelos estudantes como (re)construídas no estágio curricular em espaços da atenção básica à saúde e específicos: a) caracterizar as aprendizagens referidas pelos estudantes e b) analisar estas aprendizagens. Trata-se de uma pesquisa exploratória de natureza analítica, com abordagem qualitativa. Participaram da pesquisa 14 estudantes do curso de graduação em enfermagem que realizavam estágio curricular na atenção básica à saúde de 02 IES públicas da cidade de Salvador. Os dados produzidos no trabalho de campo foram coletados através de grupos focais e análise documental e analisados através da técnica de análise temática, que originou duas unidades temáticas: a) as aprendizagens (re)construídas pelas estudantes no estágio curricular em rede básica b) os limites do estágio curricular para a formação da enfermeira na atenção básica à saúde. A pesquisa demonstrou que o estágio curricular na atenção básica proporcionou às estudantes de enfermagem aprendizagens significativas para a formação profissional, tais como: compreensão da complexidade do trabalho da enfermeira neste âmbito da atenção, aperfeiçoamento do conhecimento clínico e da educação em saúde, capacidade de tomar decisões, identificar conflitos, compreender as relações de poder na equipe de saúde e exercitar a autonomia. A análise evidenciou também alguns limites do estágio curricular relacionados à visão limitada das estudantes sobre a própria concepção da atenção básica de saúde, a (des) integração ensino-serviço, poucas oportunidades de praticar o trabalho multiprofissional e intersetorial e ações de educação permanente e vigilância à saúde. O estudo pontua o desafio das instituições formadoras na área de saúde e instituições de saúde de construírem vínculos mais consolidados, a partir da problematização das realidades, do estabelecimento de compromissos sociais e éticos e do compartilhamento de projetos comuns.(AU)