Publication year: 2005
Trata-se de uma investigação exploratória descritiva de caráter qualitativo que teve como objeto mulheres com câncer invasivo do colo do útero: estratégias de enfrentamento cujo objetivo foi analisar as estratégias de enfrentamento utilizadas pela mulher ao ter como diagnóstico o câncer invasivo do colo do útero.
Foram traçados como objetivos específicos:
identificar as modificações biopsicossociais decorrentes do câncer; descrever a experiência da mulher frente a esse diagnóstico e descrever as estratégias de enfrentamento por ela utilizada. A investigação foi desenvolvida no Ambulatório de Oncologia do Hospital de referência para o atendimento de pacientes com câncer, localizado na cidade de Itabuna-Bahia. Para a construção desse estudo, tive como suporte o referencial da Psiconcologia com ênfase nas estratégias de enfrentamento. Os sujeitos se constituíram de doze mulheres com diagnóstico de câncer invasivo do colo do útero que se encontravam em tratamento no referido hospital. A coleta de dados foi realizada através da entrevista semi-estruturada, tendo oito questões norteadoras, posteriormente agrupadas e analisadas de acordo com o referencial teórico. Com base na análise temática foram construídas duas categorias:
o espaço temporal entre a busca inicial à serviços de saúde e a situação atual de saúde: revendo estratégias de enfrentamentos; as estratégias de enfrentamento da doença são influenciadas pelos contextos em que as mulheres estão inseridas. O estudo permitiu concluir que o câncer do colo do útero é diagnosticado tardiamente devido às dificuldades de acesso aos serviços de saúde como as longas filas, o atendimento rápido e a impessoalidade de alguns profissionais, as poucas consultas e a insatisfação com os serviços prestados. Concluiu-se que muitas enfrentaram o câncer buscando o apoio na família, nos amigos e na religiosidade, encontrando aí o alicerce para definir as suas estratégias. Com isso, a depender do contexto em que a mulher se encontrava inserida, a definição de estratégias de enfrentamento sofrem influências dos familiares, da religião, dos amigos, passando a ser consideradas como resultados positivos ou negativos na forma de lidar com o câncer. (AU)