Fatores predisponentes à síndrome de Burnout no trabalho em Unidade de Emergência
Predisposing factors to the syndrome of Burnoutin the work in unity of emergence
Publication year: 2010
O trabalho em emergência é um grande desafio, que pode produzir estresse e esgotamento pessoal, sofrimento, adoecimento e, conseqüentemente, atitudes negativas derivadas do estresse comum ou já da síndrome de Burnout. Buscando analisar os fatores que no trabalho das enfermeiras as predispõe ao desenvolvimento da Síndrome de Burnout (SB), nas unidades de emergência, este estudo é exploratório com abordagem quantitativa, em duas organizações hospitalares de grande porte em Salvador-Ba, uma pública e uma filantrópica que atende, também, à rede privada. Para coleta de dados usou-se um instrumento dividido em três partes: 1) variáveis para caracterização da amostra; 2) Escala de Vulnerabilidade ao Estresse no Trabalho (EVENT) para identificação da vulnerabilidade ao estresse e 3) Maslach Burnout Inventory (MBI) para identificar a situação de risco para a síndrome de Burnout. Das 60 enfermeiras atuantes nas unidades de emergência escolhidas, 68,3% participaram do estudo, entre julho-agosto de 2009. Para a constituição da base de dados, foi utilizado o Microsoft Access versão 2002. Para análise dos dados utilizou-se o Software STATA versão 8.0. Os gráficos construídos foram gerados por meio do Harvard Graphics versão 98. Entre as informantes, 90,2% feminina, 63,4% na faixa etária de 23-34 anos, jovens, 56,0% solteiras, 63,9% sem filhos, 53,7% com menos de 5 anos de atuação e 80,5% delas, pós-graduadas. As enfermeiras se incomodam, primeiramente, com as situações relacionadas ao fator Infraestrutura e rotina, que têm nível superior de vulnerabilidade ao estresse; incomodam-se, em seguida, com os fatores Pressão no Trabalho, Clima e funcionamento organizacional, que têm nível médio de vulnerabilidade ao estresse. O resultado do MBI revelou que 36,6% das enfermeiras estão em situação sugestiva de síndrome de Burnout, 56,1% em risco moderado e apenas 7,3% em situação de baixo risco para a SB. Os fatores referentes ao Clima e funcionamento organizacional e à Pressão no Trabalho são os que apresentaram correlação com a predisposição dessas enfermeiras às situações sugestivas para a síndrome de Burnout. Conclui-se, a partir deste estudo, que os fatores estressores do trabalho podem predispor as enfermeiras à Síndrome de Burnout. Estas informações favorecem a elaboração de estratégias de gestão de recursos humanos para unidades de emergência, que possam minimizar o impacto dos fatores estressores desse ambiente sobre a equipe que nele atua e, assim, promover a prevenção e intervenção da síndrome de Burnout, conseqüentemente favorecendo a melhoria do cuidado aos usuários dos serviços de atendimento em emergência, bem como a melhoria da saúde financeira das organizações e da saúde psicoemocional destas trabalhadoras.(AU)