Publication year: 2018
Resumo:
Introdução: De 1990 a 2015, a taxa de mortalidade infantil no Brasil apresentou queda significativa de 72%. Porém, atualmente, uma proporção crescente de óbitos infantis é atribuída às anomalias congênitas, que passaram de 5ª a 2ª causa de mortalidade infantil no mesmo período. Objetivo:
Traçar o perfil epidemiológico e distribuição espacial dos Nascimentos, com foco nas Anomalias Congênitas, no estado do Paraná, Brasil, de 2008 a 2015. Metodologia:
Trata-se de uma pesquisa ecológica, transversal, retrospectiva e censitária, que trabalhou com banco de dados secundários, relativos ao período de 2008 a 2015, organizado em dois quadriênios. Estudadas variáveis maternas, dos recém-nascidos e assistenciais com análise descritiva. Realizada análise inferencial univariada e multivariada através da Geoestatística espacial segundo regiões administrativas e municípios do estado do Paraná. Resultados:
Observou-se a maior ocorrência de nascimentos com anomalias congênitas nas faixas etárias maternas extremas (?19 anos e ? 35 anos); as mães solteiras apresentaram maior percentual de nascimentos com anomalia congênita; tipo de gestação e apresentação, denota-se no nascimento com anomalias congênitas a superioridade de gravidez gemelar e de apresentações pélvicas e transversas. Quanto às variáveis dos recém-nascidos destacou-se o sexo masculino e escore do Apgar menores, com maior risco para a ocorrência. Assistenciais:
duração da gestação e peso ao nascer, os nascidos prematuramente foram três vezes maiores nos casos de anomalia; quanto ao tipo de parto, destacou-se no período a cesariana; com relação ao número de consultas e trimestre de início do pré-natal a maior parte alcançou onúmero mínimo de sete consultas e início precoce. Tipos de anomalias congênitas deacordo com as faixas etárias maternas, destacaram-se nas duas primeiras faixas as malformações e deformidades congênitas do sistema osteomuscular, em segundo as do sistema nervoso, em seguida, a fenda labiopalatal. Já em mães do grupo etário de 35 anos ou mais, observou-se maior ocorrência das anomalias cromossômicas. Na análise da distribuição espacial, evidenciou-se maiores taxas de prevalência inversamente proporcional ao cadastramento de gestantes na atenção primária e a cobertura da Estratégia Saúde da Família; destacou-se também o emprego formal feminino, o consumo abusivo de álcool em maiores de 15 anos, e o consumo de agrotóxicos com alta significância estatística para a ocorrência de anomalias congênitas. Conclusões:
Consideram-se limitações desta pesquisa o trabalho com banco de dados secundários, inferindo a necessidade de melhorias contínuas, além da falta de padrão de cálculo para a Taxa de Prevalência, nacional e internacionalmente. Se conclui que o conhecimento gerado por esta pesquisa revela parcialmente a casuística da situação problema de saúde pública - os nascimentos com anomalias congênitas. E considerando que em futuro próximo a anomalia congênita se tornará a principal causa de mortalidade infantil, assim como ocorre nos países desenvolvidos, os achados fornecem conhecimento estadual e local da problemática. Este diagnóstico poderá subsidiar os gestores para a o planejamento e qualificação dos serviços de saúde oferecidos para o atendimento adequado desta população, crescente numericamente e em morbidades, além da oferta de suporte para as famílias afetadas pelo agravo.
Abstract:
Introduction: From 1990 to 2015, the infant mortality rate in Brazil showed a significant fall of 72%. Currently, however, an increasing proportion of infant deaths is attributed to congenital anomalies, which have gone from 5th to 2nd cause of infant mortality in the same period. Objective:
To describe the epidemiological profile and spatial distribution of births, with a focus on congenital anomalies in the state of Paraná, Brazil, from 2008 to 2015. Methodology:
This is an ecological, cross-sectional, retrospective and census research that worked with a bank of secondary database, covering the period from 2008 to 2015, organized in two quadrenniums. Maternal, newborn and care variables were studied with descriptive analysis. Univariate and multivariate inferential analysis was performed through spatial geostatistics according to administrative regions and municipalities in the state of Paraná. Results:
The highest occurrence of births with congenital anomalies in the extreme maternal age groups (?19 years and ? 35 years) was observed; single mothers had a higher percentage of births with congenital anomaly; type of gestation and presentation, the superiority of twin pregnancy and of pelvic and transverse presentations is denoted at birth with congenital anomalies. As for the variables of the newborns, the male gender and the smaller Apgar score were the most at risk. Attendance:
duration of gestation and birth weight, those born prematurely were three times higher in cases of anomaly; Regarding the type of delivery, the cesarean section was highlighted; with respect to the number of visits and prenatal start-up period, the majority reached a minimum of seven visits and early onset. Types of congenital anomalies in accordance with maternal age, stood out in the first two tracks of congenital deformities and abnormalities of the musculoskeletal system, according to the nervous system, then the labiopalatal slit. In mothers of the age group of 35 years or more, there was a greater occurrence of chromosomal abnormalities. In the analysis of the spatial distribution, it was evidenced higher prevalence rates inversely proportional to the registration of pregnant women in the primary care and the coverage of the Family Health Strategy; women's formal employment, abusive consumption of alcohol over 15 years and the consumption of pesticides with high statistical significance for the occurrence of congenital anomalies were also highlighted. Conclusions:
We consider limitations of this research the work with secondary databases, inferring the need for continuous improvements, besides the lack of calculation standard for the Prevalence Rate, nationally and internationally. It concludes that the knowledge generated by this research partially reveals the casuistry of the public health problem situation - births with congenital anomalies. And considering that soon the congenital anomaly will become the main cause of infant mortality, as occurs in developed countries, the findings provide state and local knowledge of the problem. This diagnosis may subsidize the managers for the planning and qualification of the health services offered for the adequate attendance of this population, increasing numerically and in morbidities, besides the offer of support for the families affected by the aggravation.