Efetividade do ácido hialurônico para a cicatrização de feridas crônicas: revisão sistemática

Publication year: 2016

Resumo:

As feridas crônicas são uma descontinuidade na pele, resultado de uma ação física ou térmica, e/ou consequência de uma doença subjacente. Incluem úlceras por pressão (UP), úlceras venosas, arteriais ou mistas (UV) e pé diabético. A fim de acelerar o processo de cicatrização dessas feridas, existem coberturas e agentes tópicos contendo o ácido hialurônico (AH), que retém a umidade e auxilia na resposta celular.

Objetivo:

Avaliar a efetividade e a segurança do ácido hialurônico nas coberturas e agentes tópicos na cicatrização das feridas crônicas quando comparados a outras coberturas, em pacientes adultos e idosos.

Método:

Revisão sistemática de acordo com as recomendações do Handbook da Colaboração Cochrane, os estudos incluídos foram ensaios clínicos randomizados (ECR) publicados ou não, que descrevam o uso do ácido hialurônico (coberturas ou agentes tópicos) para a promoção da cicatrização, em pelo menos um grupo, comparado a outras coberturas, utilizadas em feridas crônicas (úlceras por pressão, venosas, arteriais ou mista-etiologia e úlceras de pé diabético).

Os desfechos de interesse foram:

cicatrização completa, tempo para completar a cicatrização, efeitos adversos, qualidade de vida, dor, taxa de recorrência e alteração do tamanho da ferida.

Investigado os seguintes bancos de dados eletrônicos:

The Cochrane Wounds Group Specialized Register; CENTRAL; MEDLINE, EMBASE; EBSCO CINAHL. A qualidade metodológica foi avaliada por meio da "Ferramenta da Colaboração Cochrane para avaliação do risco de viés de ensaios clínicos randomizados".

Resultados:

Foram incluídos 15 estudos, dois avaliaram a UP, quatro avaliaram o pé diabético e nove UV. Todos os estudos foram classificados como alto risco de viés. Dois estudos viabilizaram a metanálise da taxa de cicatrização de úlceras plantares apresentaram um RR de 1,08 (IC 95%, 0,73 - 1,60).

Conclusão:

não há evidência suficiente da eficácia de coberturas contendo AH para cura de úlceras crônicas, as comparações entre os curativos não foram capazes de mostrar diferenças estatísticas significantes.

Abstract:

Chronic wounds are a discontinuity in the skin, the result of a physical or thermal action, and / or consequence of an underlying disease. They include pressure ulcers (PU), venous, arterial or mixed ulcers (UV) and diabetic foot. In order to accelerate the healing process of such sores, there are covers and topical agents containing hyaluronic acid (HA), which retains moisture and aids in cellular response.

Objective:

To evaluate the effectiveness and safety of hyaluronic acid in coverage and topical agents in the healing of chronic wounds when compared to other classes, in adults and elderly patients.

Method:

Systematic review in accordance with the recommendations of the Handbook of the Cochrane Collaboration, the included studies were randomized controlled trials (RCTs) published or not, describing the use of hyaluronic acid (covers or topical agents) to promote healing in the least one group compared to other coverings, used in chronic wounds (pressure ulcers, venous, arterial or mixed-aetiology and diabetic foot ulcers). The outcomes of interest were complete healing, time to complete healing, adverse events, quality of life, pain, recurrence rate and change the size of the wound.

Investigated the following electronic databases:

The Cochrane Wounds Group Specialized Register; CENTRAL; MEDLINE, EMBASE; EBSCO CINAHL. Methodological quality was assessed using the "Cochrane Collaboration tool for assessing the risk of bias in randomized clinical trials." Results: 15 studies were included, two evaluated the UP, four rated the diabetic foot nine UV. All studies were classified as high risk of bias. Two studies enabled the meta-analysis of plantar ulcer healing rate showed an RR of 1.08 (95% CI, 0.73 to 1.60).

Conclusion:

insufficient evidence of efficacy of covers containing HA for healing chronic ulcers, comparisons between the dressings were not able to show statistically significant differences.