A influência do conhecimento sobre a doença e a atitude frente à tomada dos remédios no controle da hipertensão arterial

Publication year: 2000

A hipertensão arterial é uma doença com elevada prevalência e complicações cardiovasculares - quando não tratada adequadamente - e altos índices de controle inadequado da pressão arterial.

Objetivos:

Relacionar o controle da pressão arterial com o Teste de Morisky e Green, conhecimento sobre a doença, atitude frente à tomada dos remédios, comparecimento às consultas e juízo subjetivo do médico. População e Método Foram estudados 130 pacientes hipertensos (73% mulheres, 60 '+ OU -' 11 anos, 58% casados, 70% brancos, 45% aposentados, 45% com o primeiro grau incompleto, 64% com renda familiar entre 1 e 3 salário mínimo, índice massa corporal 30 '+ OU -' 7 Kg/m2, 11 '+OU-' 9,5 anos de conhecimento da doença e 8 '+OU-' 7 anos de tratamento).

Resultados:

Apenas 35% dos hipertensos apresentavam pressão arterial controlada. Os pacientes controlados apresentaram mais tempo de tratamento (p<0,05, 10 '+ OU -' 7 vs 7 '+ OU -' 6,5 anos) e com predomínio de aposentados. O Teste de Morisky-Green não se relacionou com controle da pressão arterial (sensibilidade 39%, especificidade 70%). Na avaliação da atitude frente à tomada dos remédios os pacientes controlados apresentaram nota significativamente mais elevada do que a dos não controlados(8,0 '+ OU -' 1,9 vs 7,0 '+ OU -' 2,0, p<0,05). Os hipertensos apresentaram altos níveis de conhecimento em relação à doença e tratamento, porém não houve relação com controle da pressão arterial. A maioria (70%) compareceu entre 3 a 4consultas médicas o que não influenciou no controle da pressão arterial. Os médicos atribuíram notas significativemente mais levadas para a adesão ao tratamento aos pacientes controlados (6,0 '+ OU -' 0,8 vs 5,0 '+ OU -' 1,2, p<0,05).

Conclusão:

O conhecimento, Teste de Morisky-Green e comparecimento às consultas não influenciaram no controle da pressão arterial.
Hypertension is a disease with high cardiovascular prevalence and involvement - when not appropriately treated - and high rates of inadequate blood pressure control.

Objectives:

Relate blood pressure control to Morisky-Green Test, knowledge on the disease, patient's attitude toward taking medication, attendance to doctor's visits, and physician subjective judgement.

Material and Methods:

One hundred and thirty hipertensive patients were studied (73% women, 60 '+ OR -' 11 years, 58% married, 70% white, 45% retired, 45% had not finished middle school, 64% had a monthly family income between US$79.47 and US$238.42, 30 '+ OR -' 7 Kg/m2 body mass index, 11 '+ OR -' 10 years of disease awareness, and 8' + OR -' 7 years of treatment).

Results:

Only 35% of the hypertensives showed to have blood pressure under control. These patients who had blood pressure under control had been under treatment for a longer period of time (p<0,05, 10 '+ OR -' 7 vs. 7 '+ OR -' 6.5 years), and most wereretired. Morisky-Green Test did not relate to blood pressure control (39% sensitivity, 70% spedificity). In the assessment regarding the patient's attitude toward taking medication, it was observed that patients who had blood pressure under control showed a significantly higher grade than those who did not (8.0 '+ OR -' 1.9 vs. 7.0 '+ OR -' 2.0, p<0.05). These hypertensive patients showed to have high rates of knowledge on the disease and is treatment, however, it was not associated toblood pressure control. Most of them (70%) attended between 3 and 4 visits but it did not influence on blood pressure control. The physicians gave significantly higher grades regarding treatment following to those patients who had blood pressure under control (6.0 '+ OR -' 0.8 vs. 5.0 '+ OR -' 1.2, p<0.05).

Conclusion:

Neither knowledge on the disease, Morisky-Green Test, nor visit attendance have influenced on blood pressure control.