Publication year: 2020
O sono é apontado como a principal função cerebral no inicio da infância, sendo importante para o crescimento e desenvolvimento infantil. Objetivou-se avaliar o efeito da cartilha educativa “Cuidando do sono da criança” no conhecimento, na atitude e na prática dos pais de crianças egressas da unidade neonatal. Estudo quase-experimental, do tipo intervenção antes e depois, realizado em um ambulatório especializado de pediatria da Universidade Federal do Ceará - UFC, com 50 pais de crianças de 0 a 24 meses.
Os critérios de inclusão:
pai/mãe egressas da unidade neonatal; estar presente no dia da consulta; ser considerado principal cuidador; dormir com a criança no período noturno; possuir telefone fixo ou móvel; ser alfabetizado; residir na grande Fortaleza (grande fortaleza). Foram excluídos os pais de crianças que possuam alterações biológicas ou patológicas; pais que possuam alguma deficiência auditiva. A coleta de dados foi realizada de Novembro/2019 a Março/2020. Foram utilizados um formulário para caracterização sociodemográfica dos pais e perinatal das crianças, o inquérito CAP (Conhecimento, Atitude e Prática) e a cartilha educativa como intervenção. No pré-teste procedeu-se à leitura da cartilha pelos pais e, após 15 dias, foi realizado o pós-teste via telefone. Empregou-se o teste de Wilcoxon e t de Student para a comparação das proporções e das médias no pré e pós-teste, respectivamente. Aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da UFC parecer número 17946619.7.0000.5054. A amostra de pais foi predominantemente do sexo feminino (94%), de 25 a 34 anos (44%), em união consensual (46%), com ensino médio completo ou incompleto (76%), renda igual a um salário mínimo (38%). Em relação às crianças, a maioria nasceu pré-termo (82%), idade de zero a seis meses (62%), de 2000-2499 gramas (60%), internadas na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (68%), de 1 a 10 dias (50%), pela prematuridade (48%). Quanto ao sono infantil, dormir em berço no quarto dos pais e entre 18 e 21 horas foram as variáveis mais prevalentes. Após a leitura da cartilha e aplicação do pós-teste, houve aumento das médias do conhecimento, da atitude e da prática relacionadas às variáveis sociodemográficas, principalmente morar junto ao cônjuge, ter ensino médio completo ou incompleto e renda de um salário mínimo. A prematuridade e a idade da criança até sexto mês apresentou maiores médias no pós-teste, assim como o internamento na Unidade de Cuidados Intermediários Canguru por prematuridade ou baixo peso ao nascer no conhecimento e na atitude. Dormir na cama dos pais demonstrou maior aumento de médias no CAP e valores de p ≤0,05. Frente ao exposto, destaca-se que após o uso da cartilha educativa, as médias de acerto dos pais no conhecimento, na atitude e na prática obtiveram aumento considerável, reforçando a 10 importância de orientar os pais sobre o sono infantil, utilizando materiais educativos válidos, que possam auxiliá-los na obtenção do conhecimento, no desenvolvimento de atitude e prática para um sono de qualidade e com segurança. A utilização da metodologia CAP permitiu conhecer a população estudada, na qual se identificou o que os pais sabem, pensam e como agem na promoção do sono infantil. Além disso, foi possível a identificação das reais lacunas presentes no conhecimento, na atitude e na prática que podem predispor ou dificultar na qualidade do sono dessas crianças.(AU)