Atitudes do pessoal de enfermagem relacionadas ao processo de enfermagem
Attitudes of nursing staff towards nursing process

Publication year: 2012

INTRODUÇÃO:

A legislação em enfermagem prevê o uso da Sistematização da Assitência de Enfermagem (SAE). As atitudes dos profissionais de enfermagem sobre o processo de enfermagem (PE) e o poder clínico que percebem ter para realizar mudanças são fatores potencialmente associados ao processo de implantação e manutenção da SAE.

OBJETIVOS:

Descrever as atitudes relacionadas ao PE (disposição sobre o PE e percepção de poder clínico) de auxiliares de enfermagem e enfermeiros; analisar associações entre atitudes relacionadas ao processo de enfermagem e variáveis selecionadas.

MÉTODO:

Estudo descritivo-exploratório de delineamento transversal, com amostra não probabilística de 973 auxiliares de enfermagem e 632 enfermeiros de 35 hospitais e ambulatórios vinculados à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (86,9% do sexo feminino, idade média de 44,12 anos (DP= 9,55), 52,3% trabalhavam em hospitais gerais, cerca de 44 horas semanais, estavam nas instituições há 10 anos em média). Os dados foram coletados por meio de resposta ao instrumento de caracterização sociodemográfica e aos questionários padronizados Posições sobre o Processo de Enfermagem (PPE) adaptado para esse estudo e o Power as Knowing Participation in Change Tool- versão brasileira (PKPCT), que apresentaram boas estimativas de validade e confiabilidade. Testes não paramétricos foram usados para analisar associação entre as atitudes relacionadas ao PE e as variáveis selecionadas.

RESULTADOS:

O escore total médio no PPE foi de 112,37 (DP=22,28) e o escore total médio no PKPCT foi de 281,12 (DP=38,72) para os 1605 respondentes. Houve associação entre as duas atitudes relacionadas ao PE foi mais favorável que a dos auxiliares de enfermagem (p=0,024) e a percepção de poder dos enfermeiros foi mais elevada que a dos auxiliares de enfermagem (p=0,004). Houve correlação positiva moderada entre os escores do PPE e do PKPCT para os auxiliares (r=0,480; p=0,000) e para os enfermeiros (r=0,460; p=0,000). Os auxiliares do sexo feminino tiveram disposição sobre o PE (111,93) mais favorável que os do sexo masculino (106,11) (p=0,018) e maior percepção de poder (279,75 vs 270,84) (p=0,020); na amostra de enfermeiros não houve associação entre essas variáveis. Apenas para os auxiliares de enfermagem ter pós-graduação associou-se significativamente a maiores médias de atitude sobre o PE (119,0, p=0,011). As enfermeiras que relataram ter cargo de chefia apresentaram escore de percepção de poder mais elevada (293,52) que as enfermeiras sem cargo de chefia (282,61 p=0,010), mas não houve associação entre cargo de chefia e atitude sobre o PE. As associações entre os escores do PPE e PKPCT e as variáveis idade, tempo de formado, atividade principal, satisfação com a carreira, satisfação com o local de trabalho, conhecimento e contato com a SAE foram de intensidade desprezível no caso das correlações ou não significantes ao nível de 5%.

INTRODUCTION:

The Brazilian nursing legislation requires that the nursing process (NP) is documented in all health institution. Attitudes of nursing staff towards the nursing process (NP) and their perception on their own clinical power to make changes are factors potentially associated wit implemention and maintenace of the NP.

OBJETCTIVES:

To describe the attitudes towards NP (attitudes on NP and perception of clinical power) of auxiliary nurses and baccalaureate nurses; and to analyze associations between attitudes towards the NP and selected variables.

METHODS:

An exploratory descriptive study with cross-sectional design, with a non-probabilistic sample of 973 auxiliary nurses and 632 baccalaureate nurses from 35 health agencies linked to the Ministry of Health of São Paulo, Brazil (86.9% female, mean age = 44.12 years (SD = 9.55), 52.3% worked in general hospitals, about 44 hours per week, were in institutions for 10 years on average). Data were collected by self-report using a form for personal, educational and other social data, and the Positions on Nursing Process (PNP) tool, adapted for this study, an the Power as Knowin Participation in Change Tool-Brazilian verson (PKPCT), wich showed good estimates of validity and reliability. Nonparametric tests were used to test associations between attitudes towards the NP and the selected variables.

RESULTS:

The mean PNP total score was 112.37 (SD = 22.28) (possible rante = 20-140) and the mean PKPCT total score was 281.12 (SD = 38.72) (possible range = 48-336) for 1605 subjects. There was an association between the two PNP-related attitudes and professional category; the attitude of baccalaureate nurses on the NP was more favorable than that of auxiliary nursing (p = 0.024) and perceived clinical power of the baccalaureate nurses was higher than that of the auxiliary nurses (p = 0.004). There was moderate positive correlation between the scores of the PNP and PKPCT for auxiliary nurses (r=0.480, p = 0.00and baccalaureate nurses (r=0.460, p= 0.000). The female auxiliary nurses had higher scores on PNP (111.93 vs 106.11; p = 0.018) and PKPCT (279.75 vs. 270.84; p = 0.020) than the male ones. There were no associations between sex an attitudes towards NP among baccalaureate nurses. Only for auxiliary nurses sample attending a continuing education program was associated with higher NP scores (119.0, p = 0.011). Baccalaureate nurses serving in leadership positions had higher mean total score on PKPCT (293.52) than nurses serving in direct care (282.61 p = 0.010), but there was no association between leadership position and PNP scores. Association tests for scores of the PNP and PKPCT and the variables age, time since graduation, main activity, satisfaction with the career, satisfaction with the workplace, knowledge on NP and contact with the NP resulted in negligible correlation coefficients or non-significant coefficients at 5%.