Triple Spasticity Scale: Tradução e adaptação para a língua portuguesa, análise da sua fiabilidade em indivíduos com AVC

Publication year: 2020

Enquadramento:

O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das principais causas de morbilidade no mundo, é considerado uma das doenças com maior incidência de incapacidade e elevados custos para a saúde pública. A espasticidade é uma complicação bem conhecida do AVC, estando associada a um impacto negativo, e a sua prevenção e tratamento estão entre os principais objetivos na reabilitação. No entanto, devido à sua complexidade, a quantificação da espasticidade ainda representa um desafio, não existindo consenso em relação a qual medida de avaliação utilizar. A Triple Spasticity Scale (TSS) foi desenvolvida com o objetivo de evitar as limitações de escalas prévias e surge em algumas publicações atuais como uma escala alternativa de avaliação de espasticidade.

Objetivos:

Traduzir e adaptar a TSS para o contexto português e contribuir para a sua validação em indivíduos com AVC.

Metodologia:

Este estudo, do tipo metodológico, seguindo a metodologia proposta por Beaton, Bombardier, Guillemin, & Ferraz (2000), compreendeu uma primeira fase, na qual se procedeu à tradução e adaptação da TSS para português e, posteriormente, uma segunda fase, na qual a versão final da escala (TSS-PT) foi aplicada numa amostra de 30 pessoas com lesão por AVC (nos flexores do cotovelo e nos flexores plantares). Foi depois submetida a testes de fiabilidade intra e inter-observador, com recurso ao Coeficiente de Correlação Intraclasse (ICC do inglês Intraclass Correlation Coeficient), e de correlação entre as suas subsecções, com recurso ao Coeficiente de Correlação de Spearman. O intervalo de confiança adotado pelo estudo foi de 95%.

Resultados:

Verificou-se boa fiabilidade intra-observador no resultado total da TSS-PT, com ICC de 0,906 nos flexores do cotovelo e de 0,918 nos flexores plantares. Verificou-se também boa fiabilidade inter-observador no resultado total da TSS-PT, com ICC de 0,925 nos flexores do cotovelo e de 0,930 nos flexores plantares. Encontraram-se correlações positivas e significativas entre as duas subsecções, com Coeficientes de Correlação de Spearman superiores a 0,779.

Conclusões:

A TSS-PT apresentou propriedades psicométricas adequadas e poderá dar suporte adicional para pesquisas na área da espasticidade, nomeadamente relacionada com o AVC.