Tornar-se pai: Importância dos serviços de saúde na promoção da paternidade cuidadora

Publication year: 2020

Enquadramento:

Tornar-se pai, hoje, é um processo de transformação com novos significados, sentimentos e responsabilidades. Reconhecem-se benefícios do exercício de uma paternidade cuidadora para as crianças, mulheres, homens e comunidade, contribuindo, para a igualdade de género, os/as enfermeiros/as especialistas em enfermagem de saúde materna e obstétrica têm uma ação essencial para a sua promoção.

Objetivos:

Conhecer as conceções e sentimentos dos homens/pais sobre paternidade; analisar as experiências dos pais nos serviços de saúde face à promoção da paternidade cuidadora; identificar os fatores condicionantes do exercício da paternidade cuidadora.

Metodologia:

Estudo de natureza qualitativa do tipo interpretativo. Participaram 10 homens, pais pela primeira vez, cujos filhos nasceram nas maternidades de Coimbra e com idades entre 6 meses e 1 ano. Acesso aos participantes através de ?bola de neve?. Dados colhidos através de entrevistas semiestruturadas.

O estudo teve parecer favorável da Comissão de Ética da UICISA:

E. Efetuada análise do conteúdo temático, segundo Minayo, Deslandes e Gomes (2009).

Resultados:

Emergiram duas áreas temáticas: paternidade (conceções, sentimentos e mudança/transformação); promoção da paternidade cuidadora (experiências nos serviços de saúde e fatores condicionantes). Verificamos uma conceção de paternidade que inclui o cuidar, estar presente e ser responsável, associados a sentimentos de choque, alegria e medo. Das experiências nos serviços de saúde, salienta-se o envolvimento para participar do pré ao pós-natal, na aquisição de competências para cuidar do/da filho/a e na promoção do vínculo na tríade. Em algumas situações sentiram-se excluídos, mas consideraram os serviços de saúde importantes para a promoção da paternidade cuidadora.

Os fatores que condicionaram foram:

atitudes dos profissionais de saúde, legislação, participação na preparação para o parto e parentalidade, estrutura física pouco adequada, horários rígidos, inexistência de serviços dirigidos aos homens/pais.

Conclusão:

Os serviços de saúde devem potencializar políticas de incentivo à promoção da paternidade cuidadora, ajustando os espaços físicos, as normas institucionais e o apoio sistemático à participação do pai do pré ao pós-parto. Sugerimos a consecução de estudos para aprofundar a análise de conceções, motivações, práticas e estratégias a desenvolver para adequar respostas dos serviços de saúde aos homens e promover a coparentalidade.