Exercício de resistência na mulher mastectomizada: revisão sistemática da literatura
Publication year: 2020
A reabilitação da mulher após a mastectomia tem como objetivo o alívio sintomatológico provocado por esta intervenção, como as alterações psíquicas e físicas. Dado o consenso cada vez mais evidente de que a atividade física é um fator importante na melhoria da sobrevida desta população, considera-se que a inatividade provoca o enfraquecimento do esqueleto, perda de massa muscular e consequentemente aumento de massa gorda, estando a obesidade associada a um maior risco de recidiva de cancro da mama e aumento de risco de fraturas ósseas. Objetivos- Avaliar o efeito de um programa de exercícios de resistência em mulheres mastectomizadas com ou em risco de desenvolver linfedema, com base da evidência científica. Metodologia- Foi realizada uma revisão sistemática da literatura, utilizando as bases de dados Pubemed, web of Science e listas de referências, sendo analisados artigos publicados há menos de dez anos e que permitissem responder a questão de investigação: Qual é o efeito de um programa de exercícios de resistência em mulheres mastectomizadas com ou em risco de desenvolver linfedema? Após a aplicação dos critérios de inclusão foram seleccionados 12 estudos para análise. Resultados – O efeito dos programas de exercício resistido dos estudos selecionados foram visíveis a nível da qualidade de vida, depressão, ansiedade, função cognitiva, dor, sensação de peso, aptidão física, força muscular, amplitude de movimento articular, fadiga e no linfedema. No impacto que o exercício provoca no linfedema verificou-se em seis estudos que as diferenças entre os grupos não foi significativa. Conclusões- Este trabalho pode contribuir para um aumento de consciencialização na população em geral e nos profissionais de saúde para a prática de exercício de resistência, sendo este eficaz e de uma forma geral seguro. Devendo ser um treino progressivo, supervisionado e combinado com exercícios aeróbios, alongamentos e relaxamentos de forma a reduzir efeitos adversos. Isto significa que os exercícios de fortalecimento podem ser realizados pelas mulheres com linfedema em segurança, sem o risco de aumentar volume do membro superior com edema.
The rehabilitation of women after mastectomy aims to provide symptomatic relief caused by this intervention, such as physical and psychic changes. Given the increasingly evident consensus that physical activity is an important factor in improving the survival of this population, considering that inactivity causes skeletal weakening, loss of muscle mass and consequently fat mass increase, obesity being associated with an increased risk of recurrence of breast cancer and increased risk of bone fractures. Objectives- To evaluate the effect of a resistance exercise program in mastectomized women with or at risk of developing lymphedema, based on scientific evidence. Methodology- A systematic review of the literature was carried out using Pubemed, web of Science databases and reference lists, analyzing articles published less than ten years ago and answering the research question: What is the effect of a program of resistance exercises in mastectomized women with or at risk of developing lymphedema? After applying the inclusion criteria, 12 studies were selected for analysis. Results - The effects of resisted exercise programs of the selected studies were visible in quality of life, depression, anxiety, cognitive function, pain, weight sensation, physical fitness, muscle strength, range of motion, fatigue and lymphedema. .In the impact of exercise on lymphedema, it was found in six studies that the differences between groups were not significant. Conclusions- This work may contribute to the increase of consciousness in the general population and in the professionals for the practice of resistance exercise, which is effective and generally safe. It should be a progressive training, supervised and combined with aerobic exercises, stretching and relaxation in order to reduce adverse effects. This means that strengthening exercises can be safely performed by patients lymphedema, without the risk of increasing upper limb volume with edema