Promoção da saúde sexual e reprodutiva nos jovens PALOP que estudam no Instituto Politécnico de Bragança

Publication year: 2019

A promoção da saúde dos jovens estudantes do ensino superior é um fator primordial para poder melhorar a sua saúde, em geral, e a saúde sexual e reprodutiva em particular. Os cuidados de saúde são um direito universal, existindo necessidades diferentes conforme a cultura.

Objetivo Geral:

Identificar a situação de saúde sexual e reprodutiva dos jovens oriundos de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa que estudam no Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e implementar estratégias de promoção da saúde. A escolha do tema deve-se ao fato de a investigadora pertencer aos PALOP, e o tema também fazer parte da sua área de formação que é a saúde sexual e reprodutiva.

Metodologia:

Estudo epidemiológico transversal com uma amostra de 285 estudantes PALOP que estudam no IPB. A colheita de dados foi feita através da aplicação de um questionário adaptado e online destinado exclusivamente a estes estudantes. Após a colheita, os dados foram submetidos a tratamento e análise descritiva através do software de análise estatística da IBM SPSS 22.0.

Resultados:

A maioria dos estudantes situa-se entre os 17-22 anos de idade (61,4%), sendo (58,2%) do sexo feminino. Nesta amostra (21,8%) dos estudantes já esteve “grávida ou engravidou a namorada” pelo menos uma vez (46,3%). Quanto à vigilância pré-natal (66,7%) não fez e apontam como razão o facto de terem realizado abortamento. Dos estudantes (62%) tem médico de família, cerca de (22,6%) não fez nenhuma consulta ao longo do ano. Aproximadamente (62%) dos estudantes considera que existem dificuldades no acesso aos cuidados de saúde, apresentando como principais obstáculos, o medo de perguntar (41,3%), o tempo de espera no atendimento (37,5%), a dificuldade de comunicação (27,4%), os custos da consulta (25,9%), a má interpretação da informação (19,7%) e sentirem-se discriminados (19,3%). A grande maioria (88,4%) destes estudantes acha importante ter um serviço/estrutura de saúde que os apoie.

Conclusões:

Apesar de grande parte dos estudantes ter médico de família, poucos são os que recorrem aos cuidados de saúde primários. É pertinente e urgente investir na promoção da saúde nesta população em estudo e, apoiá-la tendo em conta as suas necessidades e caraterísticas específicas.
Promoting the health of young university students is a key factor in improving their health in general and sexual and reproductive health in particular. Health care is a universal right, and there are different needs depending on the culture.

General Objective:

To identify the sexual and reproductive health situation of young people from Portuguese-speaking African Countries who study at the IPB (Polytechnic Institute of Bragança) and implement health promotion strategies. The choice of the theme is due to the fact that the researcher belongs to the PALOP, and also to be part of her area of training that is sexual and reproductive health.

Methodology:

Cross-sectional epidemiological study with a sample of 285 PALOP students studying at IPB. Data collection was done through the application of an adapted online questionnaire intended exclusively for these students. After collection, the data were subjected to treatment and descriptive analysis using the statistical analysis software of IBM SPSS 22.0.

Results:

The majority of the students were between 17-22 years old (61.4%), being (58.2%) female. In this sample (21.8%) students were "pregnant or impregnated their girlfriend" at least once (46.3%). Regarding prenatal surveillance (66.7%), they did not and state that they had abortion. Of the students (62%) have a family doctor, about (22.6%) did not make any inquiries throughout the year. Approximately (62%) of the students consider that there are difficulties in accessing health care, presenting as main obstacles, the fear of asking (41.3%), the waiting time in care (37.5%), the difficulty of communication (27.4%), consultation costs (25.9%), misinterpretation of information (19.7%) and discrimination (19.3%). The vast majority (88.4%) of these students find it important to have a health service / structure that supports them.

Conclusions:

Although a large part of the students have family doctors, few are those who resort to primary health care. It is pertinent and urgent to invest in health promotion in this population under study and to support it taking into account their specific needs and characteristics