Satisfação profissional dos enfermeiros com formação em Enfermagem de Reabilitação

Publication year: 2020

A reabilitação de pessoas com incapacidades é fundamental para a sua autoestima, máxima independência e uma vida o mais normal possível. A especialização em enfermagem de reabilitação existe em Portugal desde 1963, sendo o primeiro Centro de Reabilitação o de Alcoitão, ainda hoje o centro de referência nacional. O Conselho de Enfermagem, afirma a satisfação profissional como fundamental em qualquer área, assumindo grande importância no setor da saúde, devendo ser encarada como uma variável da qualidade do trabalho, uma vez que neste setor, a diminuição da produtividade e da qualidade dos serviços, pode influenciar o nível de saúde das populações (OE, 2002).

Metodologia:

Pretende-se com este estudo conhecer a Satisfação Profissional dos Enfermeiros com Formação em Enfermagem de Reabilitação, através de uma abordagem metodológica quantitativa de nível descritivo-correlacional. Aplicou-se questionário de autopreenchimento enviado pela Internet, para recolha de dados entre 23-01-2019 e 04-09-2019, usando questões de tipologia variada e uma Escala de satisfação profissional, elaborada por Pereira (2010).

Resultados:

Amostra constituída por 119 enfermeiros com formação em enfermagem de reabilitação; idade compreendida entre 26 e 64 anos; maioritariamente do sexo feminino (63%); casados ou em união de facto (65,5%). 69,7% trabalham há mais de 10 anos; 59,7% têm contrato de trabalho em funções públicas por tempo indeterminado; 58,8%, trabalha por turnos. 69,7% fizeram Curso Pós-Licenciatura em Enfermagem de Reabilitação por ser a área preferencial (52,9%) e para adquirir mais competências na área (39,5%); durante a formação em enfermagem de reabilitação a maior dificuldade foi a conciliação com a vida profissional (48,7%). Após formação em enfermagem de reabilitação, 47,9% mudou de serviço/instituição mantendo vínculo profissional (84,9%) e maioritariamente (64,7%) o horário; 65,5% exercem como especialistas em enfermagem de reabilitação, mas apenas 58%, recebem suplemento remuneratório; 93,4% voltaria a fazer a mesma formação. No referente à Satisfação no trabalho, obteve-se a classificação de ‘Razoável’ tanto no global como nas 5 dimensões analisadas. Quanto aos determinantes, identificou-se possível associação entre o ‘Tempo de Experiência Profissional’ e a ‘Autonomia e Reconhecimento Profissional’ (ꭓ2=9,64; p=0,008), e entre ‘Tempo de experiência profissional’ e o ‘Ambiente e Relações Laborais’ (ꭓ2=6,59; p=0,04).

Conclusão:

Os enfermeiros escolheram a realização de Formação em Reabilitação por ser a sua área de preferência e para aquisição de formação e de competências. As alterações verificadas a nível profissional após realizar FER, foram principalmente a mudança de serviço ou até mesmo de instituição. O grau de satisfação profissional dos enfermeiros após realização de FER, no estudo empreendido é razoável.

Introdução:

A reabilitação de pessoas com incapacidades é fundamental para a sua autoestima, máxima independência e uma vida o mais normal possível. A especialização em enfermagem de reabilitação existe em Portugal desde 1963, sendo o primeiro Centro de Reabilitação o de Alcoitão, ainda hoje o centro de referência nacional. O Conselho de Enfermagem, afirma a satisfação profissional como fundamental em qualquer área, assumindo grande importância no setor da saúde, devendo ser encarada como uma variável da qualidade do trabalho, uma vez que neste setor, a diminuição da produtividade e da qualidade dos serviços, pode influenciar o nível de saúde das populações (OE, 2002).

Metodologia:

Pretende-se com este estudo conhecer a Satisfação Profissional dos Enfermeiros com Formação em Enfermagem de Reabilitação, através de uma abordagem metodológica quantitativa de nível descritivo-correlacional. Aplicou-se questionário de autopreenchimento enviado pela Internet, para recolha de dados entre 23-01-2019 e 04-09-2019, usando questões de tipologia variada e uma Escala de satisfação profissional, elaborada por Pereira (2010).

Resultados:

Amostra constituída por 119 enfermeiros com formação em enfermagem de reabilitação; idade compreendida entre 26 e 64 anos; maioritariamente do sexo feminino (63%); casados ou em união de facto (65,5%). 69,7% trabalham há mais de 10 anos; 59,7% têm contrato de trabalho em funções públicas por tempo indeterminado; 58,8%, trabalha por turnos. 69,7% fizeram Curso Pós-Licenciatura em Enfermagem de Reabilitação por ser a área preferencial (52,9%) e para adquirir mais competências na área (39,5%); durante a formação em enfermagem de reabilitação a maior dificuldade foi a conciliação com a vida profissional (48,7%). Após formação em enfermagem de reabilitação, 47,9% mudou de serviço/instituição mantendo vínculo profissional (84,9%) e maioritariamente (64,7%) o horário; 65,5% exercem como especialistas em enfermagem de reabilitação, mas apenas 58%, recebem suplemento remuneratório; 93,4% voltaria a fazer a mesma formação. No referente à Satisfação no trabalho, obteve-se a classificação de ‘Razoável’ tanto no global como nas 5 dimensões analisadas. Quanto aos determinantes, identificou-se possível associação entre o ‘Tempo de Experiência Profissional’ e a ‘Autonomia e Reconhecimento Profissional’ (X2=9,64; p=0,008), e entre ‘Tempo de experiência profissional’ e o ‘Ambiente e Relações Laborais’ (X2=6,59; p=0,04).

Conclusão:

Os enfermeiros escolheram a realização de Formação em Reabilitação por ser a sua área de preferência e para aquisição de formação e de competências. As alterações verificadas a nível profissional após realizar FER, foram principalmente a mudança de serviço ou até mesmo de instituição. O grau de satisfação profissional dos enfermeiros após realização de FER, no estudo empreendido é razoável.
Rehabilitation in people with disabilities is essential for their self-esteem, maximum independence and a life as normal as possible. Nursing Rehabilitation exists in Portugal since 1963; Alcoitão was the first Rehabilitation Center in Portugal and stills a national reference. Nursing’s Council made clear that professional satisfaction is essential in any organization, assuming great importance in the health sector. It should be considered a variable of work quality, since the decrease in productivity and quality of services, can influence the level of populations health (OE, 2001).

Methodology:

The aim of this study is to know the “Professional Satisfaction of Nurses trained in Rehabilitation Nursing”, through a quantitative methodological approach in a descriptive-correlational level. An auto-fill questionnaire sent by e-mail was applied for data collection, between 23-01-2019 and 04-09-2019, using several kinds of questions and a scale of professional satisfaction made by Pereira (2010).

Results:

Sample with 119 nurses with rehabilitation skills; age between 26 and 64 years; mostly female (63%); married or living as a couple (65,5%). 69,7% work for more than 10 years; 59,7% have an employment contract in public functions with no period defined; 58,8%, in shift work. 69,7% took Curso Pós-Licenciatura em Enfermagem de Reabilitação since it is their preferential area (52,9%) and to acquire more skills (39,5%); during nursing rehabilitation education, the greatest difficulty was reconciling with professional life (48,7%). After nursing rehabilitation education, 47,9% changed service / institution, maintaining a professional bond (84,9%) and mostly (64,7%) working schedule; 65,5% work as nursing rehabilitation specialists but only 58% receive a remuneration supplement; 93,4% would return to nursing rehabilitation education. Regarding Work Satisfaction, the classification of 'Reasonable' was obtained both globally and in the 5 dimensions analyzed. A possible association was obtained between 'Professional Experience Time' and 'Professional Autonomy and Recognition' (X2= 9,64; p = 0,008); and also between 'Professional experience time' and 'Environment and Labor Bond' (X2= 6,59; p = 0,04).

Conclusion:

The nurses have chosen to undertake Rehabilitation Training because it is their area of preference and for the acquisition of training and skills. The major changes at the professional level after performing ERF were the change of service or even institution. The degree of professional satisfaction of the nurses after undergoing ERF in the study undertaken is reasonable.