Conhecimentos dos enfermeiros portugueses acerca das intervenções autónomas no doente com síndrome coronário agudo e a prática baseada em evidências

Publication year: 2020

O perfil autónomo dos enfermeiros na prestação de cuidados ao doente com Síndrome Coronário Agudo (SCA) deve ser enfatizado como uma prioridade educacional e de desenvolvimento profissional. Paulatinamente, as instituições de saúde e seus colaboradores são “pressionados” para prestarem os cuidados baseados na melhor evidência científica disponível. Neste sentido, o debate sobre esta temática no processo de atendimento deste tipo de emergências médicas, é imperativo, tendo em vista os maiores e melhores ganhos positivos na saúde daqueles que cuidamos.

Objetivo:

Determinar se os conhecimentos dos enfermeiros portugueses acerca das intervenções autónomas no doente com síndrome coronário agudo, predizem a respetiva prática baseada em evidências (PBE) Métodos: O estudo do tipo descritivo analítico-correlacional, transversal insere-se numa metodologia de investigação quantitativa. A amostra é não probabilística por conveniência, constituída por 738 participantes, representando cerca de 1% dos enfermeiros portugueses inscritos na OE, maioritariamente do sexo feminino (76%), com predomínio da faixa etária dos 31- 40 anos (41,7%). Foram aplicados 3 questionários (QAHDSAP; QCIAEFDSCA e QECPBE-20) , via Google Forms.

Resultados:

A maioria dos enfermeiros da amostra possui o bacharelato/licenciatura (75,1%) e possui um tempo de serviço ≤10 anos (41,2%). O título de enfermeira(o) está presente em 61,2% dos participantes e 38,8% são especialistas, dos quais 42,7% são de enfermagem médico-cirúrgica. Apurou-se que a idade, o sexo, as habilitações profissionais e académicas, o tempo de exercício, o título profissional, a especialidade e a função exercida tiveram um efeito significativo nos conhecimentos e nos componentes estruturais da PBE manifestados pelos enfermeiros, sendo ambos diferentes segundo o sexo e a idade, existindo relação significativa com as características académicas/profissionais.

Conclusão:

Os conhecimentos dos enfermeiros portugueses são preditores da PBE e viceversa, pelo que se impõe intervir a três níveis: fomentar o aprofundamento destes conceitos nos diferentes níveis de formação académica; desenvolver investigação científica sobre esta temática e promover a formação contínua em enfermagem, em especial acuidade, nas equipas de enfermagem que potencialmente irão cuidar das pessoas com SCA.
The autonomous profile of nurses in providing care to patients with Acute Coronary Syndrome (ACS) should be emphasized as an educational and professional development priority. Gradually, health institutions and their employees are “pressured” to provide care based on the best available scientific evidence. In this sense, the debate on this theme in the process of attending this type of medical emergency is imperative, in view of the biggest and best positive gains in the health of those we care for.

Objective:

To determine whether the knowledge of Portuguese nurses about autonomous interventions in patients with acute coronary syndrome, predict the respective evidence-based practice (EBP).

Methods:

The cross-sectional analytical-descriptive study is part of a quantitative research methodology. The sample is non-probabilistic for convenience, consisting of 738 participants, representing about 1% of Portuguese nurses enrolled in OE, mostly female (76%), with a predominance of the age group of 31-40 years (41.7%) . Three questionnaires were applied (QAHDSAP; QCIAEFDSCA and QECPBE-20), via Google Forms.

Results:

Most of the nurses in the sample have a bachelor's degree / undergraduate degree (75.1%) and have a service time ≤10 years (41.2%). The title of nurse (o) is present in 61.2% of the participants and 38.8% are specialists, of which 42.7% are medical-surgical nurses. It was found that age, sex, professional and academic qualifications, exercise time, professional title, specialty and function performed had a significant effect on the knowledge and structural components of EBP manifested by nurses, both being different according to sex and age, with a significant relationship with academic / professional characteristics.

Conclusion:

The knowledge of Portuguese nurses is a predictor of EBP and vice versa, so it is necessary to intervene at three levels: foster the deepening of these concepts at different levels of academic training; develop scientific research on this theme and promote continuous training in nursing, especially acuity, in nursing teams that potentially will take care of people with ACS.