Via verde do Acidente Vascular Cerebral no serviço de urgência

Publication year: 2018

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte e incapacidade em todo o mundo. Novas terapêuticas surgiram para o tratamento do AVC isquémico agudo. Essas terapêuticas são tempo-dependentes e obrigam os serviços de saúde a implementar protocolos no sentido de minimizar os tempos de atendimento.

Objetivo:

Analisar os resultados da implementação de um protocolo de Via Verde do AVC.

Métodos:

Foi realizado um estudo retrospetivo de todos os indivíduos com doença cerebrovascular (DCV) admitidos, consecutivamente, num serviço de urgência de um hospital no norte de Portugal, desde janeiro de 2010 a dezembro de 2016. Foram recolhidos dados sociodemográficos, tempos assistenciais, comorbilidades e outras variáveis clínicas através de registos eletrónicos. Estudaram-se todas as ativações do protocolo da Via Verde e diagrama de fluxo dos doentes.

Resultados:

Nos sete anos em análise foram admitidos 1200 doentes com DCV, apresentando: AVC isquémico 63,0%, AVC hemorrágico 17,3% e Acidente Isquémico Transitório (AIT) 19,8%. A Via Verde do AVC foi ativado 431 vezes, cobrindo 37,3% (n = 282) dos casos de AVC isquémico, sendo que fizeram fibrinólise 18,4% (n = 52) desses doentes. O tempo médio porta-agulha foi de 69,5 minutos. A nível neurológico verificou-se uma melhoria na escala NIHSS (National Institutes of Health Stroke Scale) com pontuações médias de 14,8 (±5,2) antes do tratamento, diminuindo para 11,8 (±5,9) duas horas após fibrinólise (p <0,05).

Conclusão:

O tratamento precoce é determinante para o tratamento do AVC. Obtivemos uma taxa elevada de ativação da Via Verde, mas apenas 52 doentes realizaram fibrinólise dentro da janela terapêutica. A avançada idade dos doentes com patologia isquémica (78,6±10,7 años), a elevada presença de comorbilidades, e a sua procedência maioritariamente do meio rural, poderão ter influênciado a janela terapêutica e os critérios de inclusão/ exclusão para fibrinólise
Stroke is one of the leading causes of death and disability worldwide. New therapies have emerged for the treatment of acute ischemic stroke. These therapies are time-dependent and require health services to implement protocols to minimize treatment times.

Objective:

To analyze the implementation of a Stroke Code protocol.

Methods:

A retrospective study of all individuals with cerebrovascular disease (CVD) admitted to a hospital emergency service in the north of Portugal from January 2010 to December 2016 was carried out. Demographic data, hospital care times, stroke-related comorbidities and other clinical variables were collected through electronic records. We studied all the activations of the Code Stoke protocol and the patient flow diagram.

Results:

In the seven years under analysis, 1200 patients with CVD were admitted, who presented: Ischemic stroke 63.0%, hemorrhagic stroke 17.3%, and transient ischemic attack (TIA) 19.8%. Stroke Code was activated 431 times, covering 37.2% (n = 282) of ischemic stroke, and have received thrombolytic therapy 18.4% (n=52) of these patients. The mean door-to-needle time was 69.5 minutes. At the neurological level, there was an improvement in the National Institutes of Health Stroke Scale (NIHSS) with mean scores of 14.8 (± 5.2) before treatment, decreasing to 11.8 (± 5.9) two hours after fibrinolysis (p <0.05).

Conclusion:

Time is decisive for the treatment of stroke. We obtained a high rate of Code Stroke activation, but only 52 patients performed fibrinolysis within the therapeutic window. The advanced age of patients with ischemic pathology (78.6 ± 10.7 years), the high presence of comorbidities, and their origin mainly in rural areas may have influenced the therapeutic window and the inclusion / exclusion criteria for fibrinolysis.