Doença renal crónica: uma abordagem fenomenológica das experiências de pessoas transplantadas
Publication year: 2015
A Doença Renal Crónica é um problema de saúde pública em todo o mundo que consiste na lesão renal e, geralmente, na perda progressiva e irreversível da função dos rins. Vivenciar uma transição saúde-doença, nomeadamente a Doença Renal Crónica (DRC), comporta alterações profundas na vida de quem experimenta um processo desta natureza. O número de horas que passam nas unidades de diálise altera a rotina de vida diária, os efeitos secundários dos tratamentos são sentidos como incapacitantes e todo o sistema familiar vive o sofrimento da pessoa com esta doença. A investigação de índole exploratória e fenomenológica visou explorar, descrever e interpretar o significado que as pessoas transplantadas atribuem às experiências vividas durante a frequência de um programa regular de hemodiálise. Participaram no estudo 6 pessoas submetidas a transplante renal após hemodiálise, tendo sido inquiridas através de entrevista não estruturada. As narrativas foram analisadas à luz da perspetiva de van Manen (2014). Da análise efetuada emergiram três temas principais e respetivos subtemas, os quais ajudam a compreender a estrutura da experiência em estudo: Disrupção da Vida, Adaptação e O (re)começo. Os resultados permitem uma compreensão mais abrangente das experiências vividas pelas pessoas com DRC e contribuem para a orientação das práticas dos enfermeiros no sentido de que mais e melhores cuidados possam ser prestados às pessoas que vivenciam transições saúdedoença motivadas pela DRC e, consequentemente, que as vivenciem de forma mais saudável.
Chronic Kidney Disease is a worldwide public health problem, which consists of renal injury and, usually, progressive and irreversible loss of kidney function. Experiencing a transition health-disease, namely Chronic Kidney Disease (CKD), involves profound changes in the lives of those who experience such a process. The number of hours spent in dialysis units changes the daily life routine, treatments’ side effects are felt as disabling and the entire family system lives the pain of people with CKD. The phenomenological and exploratory research’s nature has the purpose to study the meaning that people transplanted give to the experiences during the frequency of a regular haemodialysis program. 6 people submitted to renal transplantation after haemodialysis participated in the study, having been surveyed through unstructured interview. The narratives were analysed under Max van Manen’s (2014) perspective. From the analysis performed emerged three main themes and their respective subthemes, which helped to understand the structure of the experience under study: Disruption of Life, Adaptation and The (re) start. The results allow a more comprehensive understanding of the people with CKD’s experiences, and can make a contribution in guiding the practices of nurses by being able to provide more and better care to people who live transitions health-disease motivated by CKD and, thereafter, experience them in a healthier way.