Impacto de um programa de treino cognitivo em idosos institucionalizados

Publication year: 2017

O crescente aumento da população idosa é um dos principais fenómenos mundiais que tem preocupado a sociedade uma vez que o processo do envelhecimento pode implicar um desequilíbrio biopsicossocial. O declínio cognitivo e as alterações psicossociais estão intimamente relacionados com o aparecimento de síndromes demenciais com prejuízo na autonomia e independência do idoso, o que constitui fatores de risco para a institucionalização. Assim sendo, é importante não só prevenir a deterioração física e funcional como também as perdas a nível cognitivo e psicológico. A literatura sugere que programas de treino de estimulação cognitiva possuem um efeito positivo no desempenho cognitivo do idoso, na diminuição da sintomatologia depressiva e na melhoria ou manutenção da sua funcionalidade. Objetivou-se neste estudo implementar um treino de estimulação cognitiva, em idosos institucionalizados, sem perturbações neurocognitivas e observar o seu impacto na amostra constituída. Trata-se de um estudo descritivo, longitudinal de carácter quantitativo, utilizando quatro instrumentos de avaliação, um deles, o Mini Exame do Estado Mental de Folstein e McHugh (1975), traduzido e adaptado para a população portuguesa por Guerreiro e colaboradores (1994), o Teste do Desenho do Relógio de Shulman (1986), a Escala de Depressão Geriátrica de Brink, Yesavage, Lum, Heersema, Adey e Rose (1982) e o Índice de Barthel, originalmente desenvolvido por Mahoney e Barthel (1965). A amostra é constituída por 10 idosos, institucionalizados na Santa Casa da Misericórdia de Vinhais, aos quais foram aplicados os referidos testes antes e após a implementação de um treino cognitivo com a duração de 6 semanas, em 12 sessões de uma hora e trinta minutos cada uma. Verificaram-se evidências estatísticas que nos permitem afirmar, a um nível de significância de 0,05, que as médias do total dos testes aplicados refletem melhoria no perfil cognitivo dos idosos e na diminuição de sintomatologia depressiva. Ao nível da funcionalidade não foram verificadas alterações nos dois momentos de avaliação. Os resultados demonstraram que a implementação de um treino de estimulação cognitiva contribui para preservação e melhoria dos domínios cognitivos dos idosos, diminuindo a sintomatologia depressiva e manutenção da sua funcionalidade.
The growing increase in the elderly population is one of the major worldwide phenomena that has worried society since the aging process may imply a biopsychosocial imbalance. Cognitive decline and psychosocial changes are closely related to the onset of dementia syndromes with impairment in the autonomy and independence of the elderly, which constitute risk factors for institutionalization. Therefore, it is important not only to prevent physical and functional deterioration, but also to reduce cognitive and psychological losses. The literature suggests that cognitive stimulation programs or training have a positive effect on the cognitive performance of the elderly, the reduction of depressive symptomatology and the improvement or maintenance of their functionality. The objective of this study was to implement a training of cognitive stimulation in institutionalized elderly without neurocognitive disturbs and to verify its impact on the constituted sample. This is a descriptive, longitudinal study of a quantitative nature, using four evaluation instruments, one of them the Mini Mental State Examination from Folstein e McHugh (1975), translated and adapted for the Portuguese population by Guerreiro et al. (1994), the Shulman Clock Drawing Test (1986), the Brink, Yesavage, Lum, Heersema, Adey and Rose (1982) Geriatric Depression Scale And the Barthel Index, originally developed by Mahoney and Barthel (1965). The sample consisted of 10 elderly individuals, institutionalized in the Santa Casa da Misericórdia de Vinhais, who were submitted to the tests before and after the implementation of a 6-week cognitive training with 12 sessions, lasting one hour and thirty minutes each. Statistical evidence was verified to affirm that, at a significance level of 0.05, the means of the total tests applied reflect an improvement in the cognitive profile of the elderly and a decrease in depressive symptomatology. At the functionality level, there were no changes in the two moments of evaluation. The results, similar to other similar investigations, demonstrated that the implementation of a training of cognitive stimulation contributes to the preservation and improvement of the cognitive domains of the elderly, reducing the depressive symptomatology and maintaining its functionality.