Impacto de um programa domiciliário de exercício físico na pessoa com doença cardíaca isquémica

Publication year: 2017

A doença cardíaca isquémica é uma das mais importantes causas de diminuição da capacidade funcional e da qualidade de vida. A Reabilitação Cardíaca, com uma componente central de exercício físico, acompanhada pela consciencialização e ensino do doente sobre a doença cardíaca e fatores de risco cardiovascular, é uma ferramenta essencial para a recuperação do doente cardíaco, possibilitando a redução das limitações físicas e psicológicas, fomentando a adoção de um estilo de vida saudável.

Metodologia:

Foi realizado um estudo exploratório retrospetivo, com o objetivo principal de verificar o impacto de um programa domiciliário de exercício físico na capacidade funcional e qualidade de vida relacionada com a saúde, da pessoa com doença cardíaca isquémica do serviço de Cardiologia do Hospital de Santo António – Centro Hospitalar do Porto. A amostra é constituída por 13 doentes com doença cardíaca isquémica, que estiveram internados entre outubro e dezembro de 2016 e que não integraram a Fase II do programa de Reabilitação Cardíaca. Estes doentes foram submetidos a um programa domiciliário de exercício físico aeróbio durante três meses, com acompanhamento através de contactos telefónicos semanais.

A colheita de dados foi efetuada em dois momentos distintos:

à data da alta e três meses depois.

Resultados:

A amostra foi constituída por 84,6% de participantes do sexo masculino e a média de idades foi de 61,23±11,34 anos. A hipertensão arterial demonstrou ser o fator de risco cardiovascular mais prevalente (76,9%), seguido da hipercolesterolemia (69,2%). Em média, cada doente realizou 81±9,58 sessões de exercício físico no domicílio, sendo que o mínimo foram 59 e o máximo 93 sessões. No final do programa domiciliário, verificou-se um aumento no número médio de metros percorridos no Teste de Marcha de 6 minutos (339,77±61,34 vs. 533,77±117,39; p<0,05) e em seis dos oito domínios do formulário Abreviado da Avaliação de Saúde 36 - SF-36. Quanto aos contactos telefónicos, os doentes revelaram-se satisfeitos com este método de acompanhamento.

Conclusão:

No final do programa domiciliário de exercício físico aeróbio verificou-se uma melhoria na capacidade funcional e qualidade de vida relacionada com a saúde dos participantes do estudo. Contudo, serão necessários mais estudos, com amostras mais representativas e com mais recursos tecnológicos, de forma a possibilitar a análise e correlação de outras variáveis.
Coronary heart disease is one of the most important causes of decreased functional capacity and quality of life. Cardiac Rehabilitation, with a central component of exercise, accompanied by the patient's awareness and education about the heart disease and cardiovascular risk factors, is an essential tool for the recovery of the cardiac patient, allowing the reduction of physical and psychological limitations, promoting the adoption of a healthy lifestyle.

Methods:

A retrospective exploratory study was conducted, with the main objective of verifying the effects of a home-based exercise program on functional capacity and health-related quality of life, of the person diagnosed with coronary heart disease of the Cardiology department of Hospital de Santo António – Centro Hospitalar do Porto. The sample consists of 13 patients diagnosed with coronary heart disease, who were hospitalized between October and December 2016 and who didn’t participate in Phase II of the Cardiac Rehabilitation program. These patients underwent a home-based aerobic exercise program for three months, with weekly follow-up via phone call.

Data collection was performed at two different times:

upon discharge and three months after.

Results:

The sample consisted of 84.6% of male participants and the average age was 61.23±11.34 years. Arterial hypertension proved to be the most prevalent cardiovascular risk factor (76.9%), followed by dyslipidemia (69.2%). On average, each patient performed 81±9,58 exercise training sessions at home, with the minimum of 59 and the maximum of 93 sessions. At the end of the home-based program, there was an increase in the average number of meters walked in the 6-minute Walk Test (339.77±61.34 vs. 533.77±117.39, p<0.05) and in six of the eight domains of the Medical Outcomes Study 36 – item short form health survey. As for telephone contacts, patients were satisfied with this method of follow-up.

Conclusion:

At the end of the home-based aerobic exercise program, there was an improvement in functional capacity and health-related quality of life of the participants of the study. However, more studies will be necessary, together with more representative samples and more technological resources, to allow the analysis and correlation of other variables.