Fragilidade fenotípica em idosos num Concelho do Distrito de Bragança

Publication year: 2017

A fragilidade diz respeito a um estado de vulnerabilidade e declínio em múltiplos sistemas fisiológicos que perderam a capacidade de enfrentar com sucesso os fatores de stress quotidianos.

Objetivo:

Avaliar a prevalência da síndrome de fragilidade, e os fatores a ela associados, em idosos residentes no Concelho de Alfândega da Fé (Distrito de Bragança).

Metodologia:

Estudo descritivo-analítico e transversal realizado numa amostra não-probabilística de 220 idosos que viviam nos seus domicílios. A fragilidade foi avaliada de acordo com a metodologia fenotípica. Utilizámos questionário sociodemográfico e clínico, o Índice de Barthel (IB) para avaliar a independência para realização de atividades básicas de vida diária, o Índice Lawton & Brody (ILB) para avaliar as atividades instrumentais e o Índice de Comorbilidade de Charlson (ICC) para determinar a comorbilidade. Todos os testes estatísticos foram analisados para um intervalo de confiança de 95% (p <0,05).

Resultados:

Amostra maioritariamente feminina (68,6%). Encontrámos uma prevalência de fragilidade de 23,6%, enquanto 42,7% dos idosos eram pré-frágeis e 36,6% robustos. Entre outras variáveis, este perfil de fragilidade mostrou estar associado com o sexo, problemas de audição, problemas de deglutição, saúde autopercebida, medo de cair e uso de auxiliares de marcha. Participantes mais velhos apresentavam maior fragilidade. Encontrámos ainda correlações estatisticamente significativas entre o estado de fragilidade e as pontuações obtidas no IB, ILB e no ICC.

Conclusão:

O conhecimento sobre a epidemiologia e os fatores associados à síndrome de fragilidade é essencial ao delineamento de programas de intervenção.
Frailty refers to a state of vulnerability and decline in multiple physiological systems that have lost the ability to successfully cope with everyday stressors.

Objective:

To evaluate the prevalence of the frailty syndrome, and associated factors, in elderly people living in the Municipality of Alfândega da Fé (District of Bragança).

Methodology:

A descriptive-analytical and cross-sectional study carried out on a non-probabilistic sample of 220 old people living in their homes. Frailty was evaluated according to the phenotypic methodology. We used a sociodemographic and clinical questionnaire, namely the Barthel Index (BI) to evaluate the independence to perform basic activities of daily living, the Lawton & Brody Index (LBI) to evaluate instrumental activities and the Charlson Comorbidity Index (CCI) to determine comorbidity. All statistical tests were analyzed for a 95% confidence interval (p <0.05).

Results:

A predominantly female sample (68.6%). We found a prevalence of frailty of 23.6%, while 42.7% of the elderly were pre-frail and 36.6% robust. Among other variables, this frailty profile was associated with gender, hearing and swallowing problems, self-perceived health, fear of falling and use of walking support. Older participants were frailer. We also found statistically significant correlations between the state of frailty and the scores obtained in BI, LBI and CCI.

Conclusions:

Knowledge about the epidemiology and factors associated with the frailty syndrome is essential to the design of intervention programs