Publication year: 2018
Introdução:
A ligação entre qualidade de vida e saúde é complexa e representa um conceito cuja definição é influenciada por múltiplos determinantes. A avaliação da qualidade de vida relacionada com a saúde (QVRS) é considerada de extrema importância na prática pediátrica, já que sua mensuração se tornou um importante indicador de saúde, podendo ser usado para avaliar o impacto das intervenções implementadas.
Objetivos:
Avaliar a perceção da QVRS; analisar a relação das variáveis sociodemográficas e de bemestar com a QVRS das crianças e adolescentes.
Metodologia:
Estudo descritivo-correlacional de natureza quantitativa, numa amostra não probabilística por conveniência, constituída por 567 crianças e adolescentes, (49.4%) do sexo masculino e (51.6%) do sexo feminino, a frequentar o 2º e 3º Ciclo do Ensino Básico de um Agrupamento de Escolas da região centro. Na recolha de dados utilizou-se a versão portuguesa da escala Kidscreen-52 (Gaspar & Matos, 2008c), questões sociodemográficas e de bem-estar.
Resultados:
Os participantes apresentam uma idade média de 12,4 anos (Dp=1,59), a maioria coabita numa família nuclear (77,4%). Relativamente ao repouso e bem estar, as crianças/adolescentes dormem em média 8,15 horas e percecionam-se com boa qualidade de vida avaliada pela escala de faces. As crianças e adolescentes têm uma perceção positiva da QVRS. No entanto as dimensões “Autoestima” (61,3) e “Autonomia” (M= 62,2), são as que apresentam valores mais baixos na perceção da QVRS. Os resultados demonstram que são fatores protetores da QVRS, viver numa família nuclear com ambos os pais (pai e mãe), ser do sexo masculino, ser mais novo e dormir mais horas; e são fatores de risco ser do sexo feminino, dormir menos e ser adolescente, na maioria das dimensões.
Conclusão:
Os resultados deste estudo poderão contribuir para a melhoria do conhecimento científico na área da QV em crianças/adolescentes e ainda contribuir para a implementação de estratégias que permitam a melhoria da QVRS nos grupos de risco, nomeadamente ações de sensibilização sobre igualdade de género, higiene de sono e reforçar a autoestima e autonomia na adolescência.
Introduction:
The connection between quality of life and health is complex and represents a concept whose definition is influenced by multiple determinants. The assessment of health-related quality of life (HRQoL) is considered of paramount importance in pediatric practice, since its measurement has become an important health indicator and can be used to evaluate the impact of the implemented interventions.
Goals:
To evaluate the perception of HRQoL; to analyze the relationship of socio-demographic variables and well-being with the HRQoL of children and adolescents.
Methodology:
A descriptive-correlational study of a quantitative nature in a non-probabilistic sample for convenience, consisting of 567 children and adolescents (49.4%) male and (51.6%) female, attending the 2nd and 3rd cycles of Basic Education of a Center Grouping of Schools. Data collection was carried out using the Portuguese version of the Kidscreen-52 scale (Gaspar & Matos, 2008c), sociodemographic and welfare issues.
Results:
Participants presented a mean age of 12.4 years (Dp = 1.59), the majority cohabitated in a nuclear family (77.4%). Relative to rest and well-being, children / adolescents sleep on average 8.15 hours and are perceived with good quality of life evaluated by the scale of faces. Children and adolescents have a positive perception of HRQoL. However, the dimensions "Self-esteem" (61,3) and "Autonomy" (M = 62,2) are the ones that present lower values in the HRQOL perception. The results show that they are protective factors for HRQoL, living in a nuclear family with both parents (father and mother), being gender male, being younger and sleeping more hours; and risk factors are being female, sleeping less and being a teenager, in most dimensions.
Conclusion:
The results of this study may contribute to the improvement of scientific knowledge in the area of QoL in children / adolescents and also contribute to the implementation of strategies that allow the improvement of HRQoL in risk groups, such as gender awareness actions, sleep hygiene and reinforce self-esteem and autonomy in adolescence.