Perceção dos profissionais de saúde sobre o ruído em neonatologia

Publication year: 2018

Introdução:

O avanço tecnológico e conhecimento científico introduziram séries mudanças na ecologia das unidades neonatais, tornando-se ambientes ruidosos e sobreestimulantes. É reconhecido o impacto negativo do ruído no recém-nascido, nos seus pais, e nos profissionais de saúde, sendo importante o controlo deste agente stressor.

Objetivos:

Identificar a perceção dos profissionais de saúde sobre o ruído em neonatologia e monitorizar o ruído na unidade.

Metodologia:

Reporta-se a um estudo descritivo-correlacional, transversal e de abordagem quantitativa. Amostra não probabilística por conveniência constituída por 52 profissionais de saúde, sendo 26,9% médicos, 55,8% enfermeiros, 13,5% assistentes operacionais e 3,8% outros profissionais. Utilizamos um questionário construído para o efeito e para monitorizar o ruído usamos um sonómetro e dosímetros.

Resultados:

Os profissionais maioritariamente consideram a neonatologia ruidosa, pouco confortável, incómoda no desempenho de funções e consideram existir efeitos adversos do ruído, apesar de apresentarem poucos conhecimentos sobre as recomendações padronizadas. Consideram que o seu comportamento pode contribuir para o ruído e todos indicam que é possível reduzi-lo. As principais fontes de ruído mencionadas foram os equipamentos e conversas entre a equipa e sobre as estratégias de redução do ruído dão ênfase aos recursos humanos, recursos materiais e estrutura física. Verificamos que os níveis de ruído monitorizados são superiores aos valores recomendados para uma unidade neonatal.

Conclusão:

A perceção dos profissionais e o ruído monitorizado indicam a necessidade de implementação de um programa de redução de ruído, com formação e envolvimento dos profissionais de saúde de forma a serem elementos ativos e mobilizadores.

Introduction:

Technological advancement and scientific knowledge have introduced serious changes in the ecology of neonatal units, becoming noisy and overstimulating environments. The negative impact of noise on the neonate, his parents, and health professionals is recognized, and the control of this stressor is important.

Goals:

To identify the perception of health professionals about noise in neonatology and to monitor noise in the unit.

Methodology:

This is a descriptive-correlational, cross-sectional, and quantitative approach. Non-probabilistic sample for convenience consisted of 52 health professionals, with 26,9% physicians, 55,8% nurses, 13,5% operational assistants and 3,8% other professionals. We used a questionnaire built for this purpose and to monitor the noise a sound level meter and dosimeters were used.

Results:

The professionals mostly consider the neonatology noisy, uncomfortable, and consider that there are adverse effects of noise, although they have little knowledge about the standard recommendations. They consider that their behavior can contribute to noise and all indicate that it can be reduced. They identify the equipment and conversations between the team as the main sources of noise, and refer strategies with an emphasis on human resources, material resources, and physical structure. Noise levels were significantly higher than standard recommended levels.

Conclusions:

Professional perception and monitored noise indicate the need to implement a noise reduction program, with training and involvement of health professionals in order to be active and mobilizing elements.